A Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e Caribe) alertou para os perigos da entrada, cada vez maior, de capitais externos na região. Num workshop, realizado esta semana, na sede da Cepal, em Santiago do Chile, a chefe do órgão, Alicia Bárcena, disse que o ingresso de capitais estrangeiros é geralmente positivo, mas “pode se transformar em pesadelo”.
Bárcena lembrou de crises passadas, quando o excesso de liquidez resultou em aumentos insustentáveis dos gastos e uma queda na taxa de câmbio real. Segundo ela, estes períodos obrigaram os países a fazer “ajustes recessivos dolorosos”, que teriam causado desemprego, pobreza e instabilidade social. A secretária-executiva disse “ser importante aprender com as lições do passado.”
Para a Cepal, a América Latina e o Caribe têm, no momento, boas perspectivas de crescimento e sistemas macroeconômicos que asseguram “certa robustez no contexto internacional”.
Leia mais:
Nove anos depois, Argentina relembra pior crise de sua história
Ex-presidente da Argentina se diz vítima de golpe por peronistas e FMI
Cepal calcula em 19% os latino-americanos beneficiados com programas sociais
Cepal prevê crescimento de 4,2% para a América Latina em 2011
Mas para a agência da ONU não se deve confundir crescimento econômico com desenvolvimento. Para a Comissão, o emprego ainda é a melhor forma de diminuir as desigualdades de renda e aumentar o acesso à seguridade social e do trabalho.
O ministro das finanças do Chile, Felipe Larraín, falou que o maior risco externo é a alta no preço do petróleo. De acordo com ele, o PIB mundial pode cair até 1% se o valor do barril atingir US$ 150. O preço atual está em US$ 120.
O Banco Mundial também chamou atenção para os perigos da volatilidade dos fluxos de capital para as economias locais. Segundo o órgão, após a recessão global, nem todos os países da região se recuperaram da mesma forma. Enquanto o Haiti apresentou um crescimento negativo de 8,5%, a Venezuela, por exemplo, teve -0,1%.
Siga o Opera Mundi no Twitter
Conheça nossa página no Facebook
NULL
NULL
NULL