O ministro de Assuntos Exteriores israelense, Avigdor Lieberman, anunciou hoje (3) que renunciará se, como recomendou ontem a Polícia à Promotoria do Estado, for acusado por um caso que inclui suspeitas de suborno e lavagem de dinheiro.
Em entrevista coletiva convocada em caráter de urgência, Lieberman defendeu sua inocência e se aventurou a prever que dentro de dois anos seguirá à frente da diplomacia israelense e de seu partido, o ultradireitista Yisrael Beiteinu (Israel é a Nossa Casa).
“Revisei tudo o que passou e tudo sobre o que me foi perguntado. Estou satisfeito com o que fiz. Se tivesse que fazê-lo, faria exatamente o mesmo. Faria tudo de novo, se me dessem a oportunidade”, disse.
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Uma fonte policial disse que a investigação ao chanceler israelense está “praticamente concluída” e que se puderam recolher provas suficientes que apóiem sua acusação pelos delitos citados.
O caso foi transferido ao Procurador-geral do Estado, Menachem Mazuz, que manteve uma série de reuniões com os responsáveis pela investigação policial, assim como com os detetives da unidade de fraude que trabalhou com o caso.
Acusações
As investigações indicam que Lieberman dirigia um mecanismo do qual participava mesmo após assumir um cargo público, e graças ao qual teria embolsado milhões de dólares, afirma o jornal israelense Haaretz. O ministro israelense e seus cúmplices são suspeitos de ter estabelecido várias companhias com as quais lavavam dinheiro, que depois “embolsavam”. As investigações também tentaram determinar se Lieberman continuou sendo uma peça-chave nestas supostas operações após se tornar funcionário público.
Também se suspeita que, junto com pessoas próximas, Lieberman tentou obstruir as investigações pelo menos em três situações diferentes, trocando os nomes das companhias que teria estabelecido no Chipre, ao suspeitar que a polícia estava em sua pista.
Os investigadores também o interrogaram sobre supostos subornos que foram recebidos através da empresa de consultoria dirigida por sua filha, segundo a imprensa local. Além disso, foi pedido que esclarecesse detalhes sobre grandes quantias de dinheiro recebidas de vários empresários durante os anos nos quais não foi membro do Knesset (Parlamento israelense).
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