Agência Efe
Ministro das Relações Exteriores sírio se reúne com homólogo russo
O chanceler sírio, Wallid Muallem, afirmou nesta segunda-feira (25/02) que o governo de seu país está disposto ao diálogo e a negociações com a oposição e grupos armados, afirmou após conversa com seu homólogo russo, Serguei Lavrov.
“Estamos prontos para o diálogo com todos que o quiserem, inclusive com aqueles que estão armados”, disse o ministro sírio, ao enfatizar a vontade do governo de construir o caminho para pôr fim à confrontação. Além disso, destacou, as reformas não podem ser implementadas por meio de banho de sangue, mas somente por meio do diálogo.
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Ao mesmo tempo, Muallem reafirmou que as autoridades combatirão o terrorismo por parte de organizações bem armadas como a Yabat al Nusra e relacionadas com a Al Qaeda, que conta com mercenários de 28 países, segundo disse.
Lavrov mostrou urgência que a Síria convoque o diálogo para evitar uma maior escalada de confrontação e a fragmentação da nação árabe. O ministro pediu que Damasco não ceda às provocações dos grupos armados que recusam negociações para uma saída pacífica ao conflito. Mesmo assim, insistiu que são os sírios que estão capacitados a resolver o conflito interno, sem intervenção estrangeira.
“Apostamos em uma Síria independente e unida, onde qualquer pessoa, de qualquer etnia ou convicção política possa viver em paz e em estabilidade e democracia”, disse Lavrov. Assim como outros países e a ONU, a Rússia condenou o atentado terrorista desta quinta-feira (21/02) com um carro-bomba em uma zona residencial de Damasco, que causou 53 mortes e mais de 200 feridos.
O enviado especial da ONU para a Síria, Lakhdar Brahimi, considerou terrível e selvagem a explosão do carro que matou vários civis inocentes e crianças de escolas primárias e secundárias, uma vez que esse tipo de ação constitui crimes de guerra, segundo o Direito Internacional. Desde março de 2011, o conflito sírio causou uma estimativa de 70 mil mortos.
Agência Efe
Mulheres sírias residentes na Jordânia protestam contra Assad em frente à embaixada em Amã (23/02)
O jornal The Washington Post publicou uma matéria que relata o envio de armas anti-tanque e canhões sem recuo por forças estrangeiras para rebeldes, configurando os primeiros armamentos pesados transportados para derrubar o regime de Bashar Al Assad. De acordo com oficiais oposicionistas consultados pelo jornal, as armas foram enviadas da Jordânia para o ELS (Exército Livre Sírio) na província sulista de Daraa de modo a combater a recente influência de grupos extremistas religiosos no norte.
“Se você quer combater Al Nusra, você não faz isso suspendendo armas, mas armando outros grupos”, disse uma das fontes. Os remetentes do material não foram identificados, mas notaram que os países mais envolvidos em apoiar os rebeldes têm se alarmado cada vez mais com a influência de islamistas no fragmentado movimento rebelde. Os EUA, aliados europeus, Turquia, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Catar (os dois últimos sendo os mais envolvidos no suprimento dos oposicionistas) foram mencionados.
Louay Al Mokdad, coordenador político e mediático do ELS, confirmou que o grupo procura novas armas doadas fora da Síria, em vez de comprá-las no mercado negro ou adquiri-las em saques a órgãos governamentais, a principal fonte de armas nas mãos de rebeldes. A ideia seria focar as lutas mais no sul do país, onde está a capital Damasco, conectada por estrada a Daraa. Ganhos rebeldes no norte do país, onde se situa a cidade de Aleppo, não teriam sido ameaças reais ao regime de Assad. Ainda assim, diz Mokdad, os rebeldes ainda não têm força bélica suficiente para derrubar as forças governamentais.
* Com informações da Radio del Sur