O presidente venezuelano Hugo Chávez anunciou, nesta terça-feira (24/07), que a empresa argentina YPF atuará em campos petrolíferos de seu país. A informação foi divulgada após uma reunião com o ministro de Planejamento Federal da Argentina, Julio De Vido, e os presidentes da YPF e da Enarsa (Energia Argentina S.A), no Palácio Miraflores.
Efe
Chávez se encontrou em Caracas com o ministro de Planejamento Federal da Argentina, Julio De Vido
“Queremos que a YPF, com toda sua força, seu potencial e sua experiência, participe também na Faixa Petrolífera do Orinoco [localizada no leste venezuelano] e em campos que já estão produzindo [petróleo]”, afirmou Chávez, complementando que, na reunião, já foram avaliadas as possíveis áreas de atuação da empresa argentina.
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O presidente venezuelano adiantou ainda que hoje serão divulgados “detalhes interessantes” sobre o avanço dos acordos entre os países para a atividade conjunta. Segundo ele, a negociação é para que a YPF atue “não só na exploração e produção de petróleo, mas também em águas abaixo, na medida em que estejamos de acordo”.
Chávez também manifestou a intenção de que a estatal petrolífera venezuelana PDVSA, sócia da YPF em território argentino, tenha mais participação no país liderado por Cristina Kirchner, “desde a exploração de áreas ‘off shore’, à produção de petróleo, gás e petroquímicos”. “Enviando petróleo adicional à Argentina, teremos mais presença neste país, o comércio aumentará mais e vocês [argentinos] diminuirão a saída de divisas em 11 bilhões de dólares”, afirmou.
Repsol
O ministro argentino, por sua vez, ressaltou a importância da reunião bilateral após a expropriação de 51% das ações da YPF, então controladas pela companhia espanhola Repsol. De Vido destacou também as atividades conjuntas da PDVSA e a Enarsa, empresa pública criada em 2004, ano em que um tratado de complementação energética foi assinado entre Chávez e o ex-presidente argentino Néstor Kirchner.
A Argentina e a Venezuela já tinham negociado, em janeiro, a cooperação entre a PDVSA e a Enarsa para a produção diária de 100 mil barris de petróleo na Faixa de Orinoco. Na ocasião, a possibilidade de construção de um centro de refinaria para processamento das extrações também foi considerada
Segundo Chávez, representantes de ambos os países analisaram “diretrizes sobre as quais se construam o projeto de um mapa estratégico de maior alcance, maior nível, e maior horizonte”. Entre os pontos discutidos na reunião bilateral também está o ingresso da Venezuela no Mercosul, anunciada na Cúpula Realizada em Mendoza, no fim de junho.
Para o líder venezuelano, o estreitamento da integração regional “abrirá um novo horizonte de possibilidades para a conformação e o engrandecimento da Pátria Sul-Americana”. Chávez sugeriu ainda que a espanhola Repsol tente chegar a “um acordo amistoso” com a Argentina para a indenização da expropriação acionária, em vez de iniciar um processo em tribunais internacionais.
De Vido deve reunir-se com o ministro venezuelano de Energia e Petróleo, também presidente da PDVSA, Rafael Ramírez Carreño, nesta quarta-feira (25/07).