O chefe do Serviço Secreto do Sudão anunciou sua renúncia neste sábado(13/04), enquanto diversos manifestantes continuam nas ruas pedindo por mudanças, informou a imprensa estatal, citando o Conselho Militar do país, responsável por destituir e prender o presidente Omar al-Bashir após 30 anos no poder.
Salah Abdallah Mohamed Saleh, conhecido como Salah Gosh, ocupou a liderança do Serviço Nacional de Inteligência e Segurança durante 10 anos até 2009 e depois voltou a comandar em 2018.
Além disso, ele foi conselheiro de Bashir por dois anos antes de ser preso em 2012 sob a acusação de “instigar o caos”. Nos últimos meses, Gosh supervisionou a repressão de manifestantes.
A renúncia acontece um dia depois do vice-presidente sudanês e ministro da Defesa, Awad Ibn Auf, deixar o cargo de chefe do Conselho Militar de transição, assim como o chefe do Estado-Maior, Kamal Abdelmarouf al-Mahi, ambos expoentes perseguidos por acusações de genocídio em Darfur.
Desde a queda de al-Bashir, milhares de manifestantes saíram às ruas para comemorar a destituição. No entanto, os cidadãos pedem por um governo de transição civil.
Neste sábado, diversos ativistas denunciaram que pelo menos 16 pessoas morreram nos últimos dois dias. Segundo dados do Comitê de Médicos do Sudão, 13 vítimas foram mortas a tiros no dia do golpe militar e outras três, incluindo um militar.
O general Abdel Fattah al-Burhan Abdulrahman, que assumiu o posto de Auf, anunciou a suspensão do toque de recolher e afirmou que julgará todos os responsáveis pelas mortes.
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Manifestantes pedem por um governo de transição civil.