O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse que deve visitar Moçambique após a passagem do ciclone Kenneth, o segundo a abalar o país em seis semanas.
António Guterres afirmou que iria “aceitar no mais curto espaço do tempo possível” o convite feito esta sexta-feira (26/04) pelo presidente moçambicano Filipe Nyusi. Os dois líderes falavam a jornalistas após um encontro à margem do Fórum “Um Cinturão, Uma Rota” de Cooperação Internacional, em Pequim.
Solidariedade
Esta quinta-feira (25/04), o ciclone de categoria 4 passou pelo país em momento em que recupera do ciclone Idai que afetou a zona central do país. Dados preliminares apontam que uma pessoa morreu e duas ficaram feridas devido ao fenômeno.
A resposta humanitária apoiada pelas Nações Unidas envolve 230 funcionários. Pelo menos 16.776 pessoas foram afetadas, 2.934 casas foram parcialmente destruídas e outras 450 completamente arrasadas. Três unidades sanitárias e dezenas de salas de aula também sofreram danos.
O chefe da ONU reiterou a total solidariedade das Nações Unidas com o governo, o país e o povo para o qual disse que a organização “gostaria de fazer muito mais”.
“Posso garantir que as nossas agências estão completamente mobilizadas para o apoio às populações que sofreram tanto, e só desejamos que a comunidade internacional responda mais fortemente aos apelos que lançamos com uma ajuda que é indispensável para restabelecer o mais depressa possível as condições de vida para as populações puderem encarar de novo e com esperança o seu futuro”
Momentos após o encontro entre os dois líderes, o coordenador de Auxílio de Emergência da ONU, Mark Lowcock, disse que a resposta humanitária aos dois ciclones está “criticamente subfinanciada”.
Resposta
Em nota emitida em Genebra, o chefe humanitário da ONU disse que o ciclone Kenneth pode exigir uma grande operação humanitária, ao mesmo tempo em que a atual resposta ao ciclone Idai que visa atender 3 milhões de pessoas em três países.
Embora o ciclone Kenneth tenha passado para uma depressão tropical, cerca de 700 mil pessoas continuam em risco.
As autoridades moçambicanas retiraram milhares de pessoas das áreas de maior risco.
A Organização Meteorológica Mundial, OMM, revelou que o ciclone desta intensidade, que também passou por áreas da Tanzânia, não tem precedentes no território moçambicano na mesma temporada.
Riscos
As autoridades dos países mantiveram o alerta vermelho para alertar as pessoas sobre os riscos que incluem inundações e deslizamentos de terra.
Na província moçambicana de Cabo Delgado, onde aterrou o ciclone Kenneth, a ONU atua com o governo e outras organizações humanitárias na resposta imediata a ser dada no norte do país.
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Passagem do ciclone Kenneth, o segundo a abalar Moçambique em seis semanas.