Agência Efe

Vulcão Villarrica entrou em erupção às 3h da madrugada desta terça; cerca de 4 mil foram evacuados

A erupção do vulcão Villarrica na manhã desta terça-feira (03/03, no sul do Chile, fez com que o governo chileno reagisse rapidamente. A própria presidente Michelle Bachelet foi até a região da Araucania (a cerca de 700 quilômetros ao sul de Santiago), liderar os primeiros trabalhos das Forças Armadas e do recém formado Comitê de Emergência.

Logo após sua chegada, Bachelet sobrevoou a área em um helicóptero da Força Aérea. Pouco antes, ela havia decretado alerta vermelha em um raio de 10 quilômetros ao redor da cratera — até a noite de segunda, estava em vigor alerta laranja —, embora os trabalhos de evacuação da zona já tivessem sido rapidamente realizados durante a madrugada. Os trabalhos de evacuação tardaram mais que o normal, devido à grande presença de turistas em Pucón (cidade mais próxima ao vulcão) pela alta temporada.

Estima-se que mais de 4 mil pessoas tenham sido evacuadas, e o governo afirmou que ainda restam cerca de 45 famílias, residentes em setores rurais, que se resistem a sair e que poderiam ser retiradas à força nas próximas horas.

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A atividade no vulcão Villarrica começou a ser registrada por volta das 3h desta terça-feira, com labaredas que alcançam entre 6 e 8 quilômetros de altura. Segundo a presidente Bachelet, em entrevista logo após o sobrevoo da zona, “até agora se tratou de uma atividade menor, o que permitiu que pudéssemos trabalhar rapidamente e controlar a situação quanto à segurança das pessoas, mas os vulcões são imprevisíveis, e a situação, a partir de agora deve ser intensamente monitorada pelas Forças Armadas e a Onemi (Departamento Nacional de Emergências)”.

O Comitê de Emergência nomeado por Bachelet se divide em dois grupos: o de emergências urbanas será liderado pelo ministro Alberto Undurraga, de Obras Públicas, e o de emergências agrícolas ficará a cargo do intendente da região da Araucania, Francisco Huenchumilla.

O vulcão Villarrica, conhecido pelas tribos originárias mapuche como Rukapillán (casa do espírito poderoso), é um dos pontos turísticos mais visitados do Chile (recebe cerca de 20 mil visitantes por ano, sendo quase metade deles estrangeiros, muitos dos quais brasileiros), apesar de ser o que apresenta o maior nível de atividade. No século passado, o Villarrica entrou em erupção seis vezes, sendo a última delas em 1984. Além disso, as erupções do vulcão historicamente apresentam réplicas — em 1963, se iniciou um ciclo eruptivo que terminou somente em 1965.

O Chile é o segundo país do mundo com maior quantidade de vulcões ativos — de um total de mais de 2 mil vulcões, são 500 os considerados geologicamente ativos no Chile, sendo 60 destes com registro de atividade nos últimos quatro séculos, contabilizando mais de 300 erupções nesse período.