O Ministério das Relações Exteriores da China anunciou neste domingo (17/09) que convocou a embaixadora da Alemanha em Pequim, Patricia Flor, para que pedir explicações sobre a declaração da ministra de Comércio Exterior do país europeu, Annalena Baerbock, na qual classificou o presidente chinês Xi Jinping como um “ditador”.
O comentário da ministra alemã ocorreu na sexta-feira (15/09), em uma entrevista para o canal Fox News a respeito da guerra entre Rússia e Ucrânia e os interesses da União Europeia a respeito do conflito.
Perguntada sobre os diferentes cenários para um possível fim ao conflito, Baerbock se referiu a uma possível vitória russa envolvendo o líder chinês em sua justificativa.
“A Ucrânia tem de vencer. Uma vitória da Rússia, garantiu que este seria um sinal para os ditadores deste mundo como Xi”, disse a ministra.
Nesta segunda-feira (18/09), a diplomata chinesa Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, classificou as palavras de Baerbock como “extremamente absurdas” e afirmou que a convocação à embaixadora alemã é “uma medida natural em situações como esta”.
“A China está profundamente insatisfeita e condena firmemente os comentários de uma importante autoridade da Alemanha, que violam gravemente a dignidade política do país e configuram uma provocação política aberta”, acrescentou Mao.
Ministério de Relações Exteriores da China
Porta-voz Mao Ning repudiou palavras da ministra alemã Annalena Baerbock contra presidente chinês Xi Jinping
A porta-voz também disse que a postura apresentada por Baerbock “contrariam o protocolo diplomático”, e que pedirá à embaixadora Flor esclarecimentos sobre a posição da Alemanha com relação à China e ao seu governo.
Polêmica anterior com Biden
Vale recordar que a ministra alemã não é a primeira usar esse termo contra o presidente chinês este ano.
Em junho passado, o norte-americano Joe Biden também se referiu a Xi como “ditador”, em meio à polêmica criada após alguns balões chineses terem sido identificados e derrubados enquanto sobrevoavam o território norte-americano, o que foi considerado por algumas autoridades de Washington como uma “ação de espionagem”.
“Xi ficou bastante irritado quando eu abati aquele um balão com duas caixas cheias de equipamentos de espionagem, sendo que ele sequer sabia que isso estava lá. É um grande constrangimento para ditadores quando não sabem o que aconteceu”, comentou o presidente dos Estados Unidos.
Na ocasião, Pequim também reagiu através de um comunicado lido pela porta-voz Mao, no qual ela classifica o governo norte-americano como “irresponsável”.
“Os Estados Unidos deveriam ter lidado com isso de maneira calma e profissional, mas preferem distorcer os fatos, revelando por completo sua natureza hegemônica e de bullying”, criticou a funcionária chinesa.