Uma matéria recente do site de notícias Bloomberg mostrou que a China está reduzindo a compra de milho proveniente dos Estados Unidos para dar prioridade aos fornecedores de países pertencentes aos Brics [aliança formada por Brasil, Rússia, Índia e África do Sul, além do gigante do Extremo Oriente].
Segundo o meio norte-americano, os Estados Unidos ainda são o maior exportador mundial do cereal, mas suas vendas tiveram uma queda importante nas últimas semanas, depois que importadores chineses cancelaram encomendas de 832 mil toneladas, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.
Um dos principais motivos do cancelamento das compras é o fato de que os importadores chineses consideram que os fornecedores do Brasil oferecem um preço muito melhor, cerca de US$ 30 a menos por tonelada do produto, o que faz com que o milho norte-americano seja menos competitivo.
Outro fator importante são os acordos comerciais que Pequim têm assinado recentemente com outros países dos Brics, que estão produzindo um aumento das importações, principalmente de produtos agrícolas provenientes de outros países da aliança.
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Brasil exportou 984 mil toneladas de milho para a China somente no mês de janeiro de 2023
Por exemplo, só neste mês de maio a estatal Cofco Group, mais processador de alimentos do país, comprou mais de 53 mil toneladas de milho sul-africano. No caso Brasil, o recorde aconteceu em janeiro deste ano, quando diferentes empresas chinesas compraram 984 mil toneladas de milho brasileiro.
No que diz respeito a acordos com países dos Brics, o Brasil também poderia se aproveitar dessa mudança no comércio chinês a partir das dezenas de acordos assinados em abril, durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Pequim.
Um desses acordos, no qual Brasil e China concordaram em realizar suas transações comerciais utilizando apenas o yuan e o real, sem a intermediação do dólar norte-americano, tornará o milho brasileiro ainda mais barato que o produto oferecido pelos Estados Unidos.
Ademais, também existe a possibilidade de alguns produtores chineses de ração para suínos substituírem o milho norte-americano por trigo, o que também beneficiaria o Brasil, um dos maiores fornecedores desse cereal ao mercado chinês.
(*) Com informações de Bloomberg e Sputnik News