Agência Efe (31/10)
O enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi, pediu nesta quarta-feira (31/10) maior envolvimento do governo chinês na resolução do conflito sírio, que assola o país há cerca de 19 meses.
Desde o fim da trégua temporária no feriado muçulmano do Eid al-Adha, o diplomata argelino visita os principais aliados do presidente Bashar al Assad no Conselho de Segurança da ONU em busca de uma negociação para a reunião que ocorrerá em novembro. Brahimi se reuniu com o governo russo nesta segunda-feira (29/10) e, nesta quarta (31/10), participou de encontros na China com as autoridades do país.
(Enviado Especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi (esq.), e ministro de Relações Exteriores da China, Yang Jiechi (dir.))
“Espero que a China desenvolva um papel ativo na resolução dos eventos na Síria”, disse o enviado ao cumprimentar o ministro de Relações Exteriores da China, Yang Jiechi. Ambos se encontraram na sede do ministério em Pequim, onde desembarcou na terça-feira (30/10).
“A comunidade internacional deveria cooperar e apoiar os esforços de Brahimi com maior senso de urgência e responsabilidade”, respondeu Yang, segundo a agência oficial chinesa Xinhua. O ministro ainda reiterou a posição de Pequim de que o conflito sírio apenas poderá ser solucionado por meio de negociações políticas, excluindo medidas mais severas como sanções e a intervenção militar.
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Dentre os países que compõem o Conselho de Segurança, a China e a Rússia são os únicos que apoiam o regime de Assad e, por esta razão, vetaram três resoluções sobre a situação síria. Ambos os países também desaprovaram um plano de paz sugerido por Kofi Annan, antecessor de Brahimi no cargo de enviado especial, de acordo com o qual o presidente sírio deveria deixar o poder.
O documento de Annan propunha a criação de um governo de transição composto por representantes de Assad e dos grupos de oposição ao regime, sem a participação de oficiais cuja presença pode dificultar os esforços de conciliação. O ex-enviado especial deixou o cargo por conta da falta de avanço nas negociações e, agora, Brahimi tenta estabelecer um plano de paz que possua o apoio das potências aliadas ou não de Assad.
O diplomata argelino deve apresentar sua proposta na próxima reunião do Conselho de Segurança em novembro, na qual participará como convidado. Nas últimas semanas, o enviado especial viajou para diversos países do Oriente Médio e Norte da África para negociar um acordo de cessar-fogo temporário na Síria da sexta-feira (26/10) até segunda (29/10). Forças do governo e da oposição aderiram ao acordo, mas a trégua foi rompida diversas vezes.
Conflito na Síria
A violência na Síria continuou nesta quarta-feira (31/10) com a explosão de uma bomba na periferia de Damasco, que deixou pelo menos oito civis mortos e dezenas de feridos. Segundo a agência oficial Sana, os explosivos estavam localizados dentro de um lixo numa rua movimentada próximo ao mausoléu xiita de Sayida Zeinab.
Ativistas afirmaram que as forças do governo realizaram ataques aéreos nesta quarta (31/10) e que o confronto em diversas cidades do país entre oficiais pró-Assad e da oposição continuaram.
As autoridades sírias também anunciaram o assassinato do general Abdullah Mahmoud al Khalidi, que comandava as forças aéreas do país, por “grupo armado terroristas”. De acordo com a agência France Press, o Exército Livre da Síria assumiu a autoria pelo ataque. O jornal britânico Guardian divulgou a possibilidade de que agentes do regime mataram o militar para prevenir sua deserção.