No segundo dia da visita oficial da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, à China, foi firmado entre os dois países um acordo para investimentos no setor ferroviário argentino no valor de 10 bilhões de dólares, informou nesta terça-feira (13/7) o secretário de Transportes argentino, Juan Pablo Schiavi.
O acordo possui dez contratos, que incluem compras de material da China em troca de investimento chinês para a construção de linhas ferroviárias argentinas. “Há compras de equipamento aqui, há integração entre as empresas dos dois países, há associações estratégicas. É um conjunto de desenvolvimento, são dez projetos”, disse Schiavi, citado pela venezuelana Telesur.
Efe
O presidente chinês, Hu Jintao, acompanha Cristina na chegada ao Palácio do Povo, em Pequim
Além de Schiavi, viajaram com a presidente os ministros das Relações Exteriores, Héctor Timerman; da Indústria, Débora Giorgi; de Planejamento Federal, Investimento Público e Serviços, Julio de Vido; e da Agricultura, Gado e Pesca, Julián Dominguez. A comitiva argentina chegou nesta segunda-feira.
Cristina, que planejava a viagem a Pequim desde o início do ano, disse que as empresas chinesas fornecerão material ferroviário “entre trilhos, vagões e também a parte elétrica” para uma linha que sairá a partir da cidade La Plata, na província de Buenos Aires, segundo a agência de notícias argentina Télam.
Inicialmente, a visita estava marcada para janeiro deste ano, mas foi adiada por conta de um impasse entre o governo argentino com o então titular do Banco Central, Martín Redrado.
A viagem ocorre em meio a desentendimentos entre os dois países gerados pelo bloqueio do governo chinês ao óleo de soja argentino. A medida da China foi adotada em retaliação ao protecionismo da Argentina a favor de setores da indústria nacional, como sapatos, por exemplo.
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Dias antes da chegada de Cristina, a China informou que para cessar as barreiras à importação do óleo vegetal, espera garantias. O governo de Pequim espera que a Argentina adote o compromisso de evitar que as barreiras protecionistas, conforme apurou o site de notícias Complexo Soja.
Outros setores
Ontem, acordos em outros setores foram assinados entre empresários dos dois países, como por exemplo, pela indústria farmacêutica, visando à produção da vacina contra o vírus H1N1.
“O acordo visa a construção de um laboratório para produzir a vacina da gripe A. O nosso país será um dos dez países no mundo que terá este tipo de laboratório”, disse Cristina.
Segundo o diretor da empresa IRSA, Eduardo Elsztain, que está em Pequim e foi entrevistado pela Télam, “a visita é muito importante porque estão fazendo acordos com resultados para dez, 15, 20, 30 anos” relacionados a produção de alimentos.
O intercâmbio comercial entre Argentina e China aumentou de 4 bilhões de dólares em 2004 para 14 bilhões de dólares em 2008, segundo dados oficiais da Argentina.
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