A China ofereceu uma doação de 100 milhões de dólares (541 milhões de reais) a Cuba para ajudar o país insular a sobreviver a uma crise econômica paralisante, além de reestruturar a dívida externa de Havana com Pequim e retomar projetos de investimento, disse no sábado (26/11) o vice-primeiro-ministro cubano, Alejandro Gil.
O anúncio foi feito durante uma rara viagem oficial ao exterior do presidente cubano, Miguel Diaz-Canel, que reuniu-se com o presidente chinês, Xi Jinping, em Pequim, na sexta-feira (25/11). O giro internacional de Diaz-Canel incluiu também visitas a Rússia, Turquia e Argélia.
Gil, que também é ministro da economia de Cuba, disse que os recursos doados pela China seriam usados em “prioridades” na ilha, que enfrenta a sua pior crise econômica em três décadas, agravada pela pandemia de covid-19 e o embargo econômico dos EUA.
Um dos principais objetivo de Cuba com a visita era obter apoio chinês para renovar a sua infraestrutura elétrica, que vem apresentando repetidas falhas e apagões com mais intensidade desde o furacão Ian, em setembro.
Gil disse que a China concordou em concluir a construção de um projeto de energia eólica e solar e de um terminal portuário flutuante, entre outros.
Ding Lin / Xinhua
Os presidentes da China, Xi Jinping, e de Cuba, Miguez Díaz-Canel, em encontro em Pequim
Dívida externa
Outro assunto discutido pelos líderes dos dois países foi a dívida externa que Cuba acumulou com a China.
O comércio e os investimento chineses em Cuba diminuíram nos últimos anos devido ao não pagamento, por Havana, de parcelas para o pagamento de sua dívida com Pequim, que já havia sido reestruturada. Alguns projetos chegaram a ser interrompidos.
Analistas estimam que o débito seja de bilhões de dólares – não há números oficiais disponíveis. Cuba reportou sua dívida externa total pela última vez em 2019, quando era de 19,6 bilhões de dólares (R$ 106 bilhões).
A China é o segundo maior parceiro comercial de Cuba, depois da Venezuela, mas o comércio bilateral entre os dois países caiu de 2 bilhões de dólares (R$ 10,8 bilhões) em 2017 para 1,3 bilhão (R$ 7 bilhões) em 2021, segundo Havana.
“Nosso presidente explicou a situação que enfrentamos, e houve compreensão da China. Estamos buscando fórmulas mutuamente aceitáveis para o planejamento e a reestruturação das dívidas”, afirmou Gil.
(*) Com informações da Deutsche Welle