O Governo da República Democrática do Congo afirmou nesta terça-feira (21/05) que há três cidadãos norte-americanos envolvidos na tentativa de golpe de Estado ocorrida no último domingo (19/05) e que acabou sendo impedida por ação das Forças Armadas locais.
O ataque foi realizado sob o comando do ex-militar Christian Malanga, que passou os últimos anos radicado nos Estados Unidos, de onde se mantinha como um dos líderes do Partido Congolês Unido.
Além de Malanga, os outros integrantes do grupo golpista seriam militares opositores ao governo do presidente Félix Tshisekedi, e também três norte-americanos cujas identidades não foram divulgadas.
Segundo o porta-voz do governo congolês, Sylvain Ekenge, Malanga e outros cinco insurgentes foram mortos no confronto entre o grupo golpista e os militares que protegiam o Palácio da Nação, sede do Poder Executivo do Congo.
Após o Exército congolês controlar a situação, mais de 30 insurgentes foram presos, incluindo os três cidadãos norte-americanos.
A Embaixada dos Estados Unidos em Kinshasa disse estar ciente de que “cidadãos norte-americanos podem ter estado envolvidos nos acontecimentos deste domingo”, mas alegou que poderiam ser “mercenários contratados”, e acrescentou que irá “cooperar com as autoridades locais nas investigações necessárias a respeito dos vínculos dessas pessoas”.
A tentativa de golpe realizada neste domingo chegou a ser transmitida ao vivo pelas redes sociais do movimento liderado por Malanga. As imagens mostraram como ele e um grupo de seguidores militares tentaram invadir o Palácio da Nação, em algumas cenas, era possível ver soldados portando no braço bandeiras do Zaire, antigo nome do país e metralhadoras AK-47, e gritando a consigna “Félix fora”. Alguns desses insurgente também exibiam a bandeira dos Estados Unidos no peito.
A atual República Democrática do Congo manteve o nome de República do Zaire entre os 1971 e 1997, durante a ditadura do general Mobutu Sesse Seko.
Na segunda metade dos Anos 90, o país viveu uma guerra civil que terminou com a vitória da Aliança das Forças Democráticas pela Liberação do Congo (ADFLC, por sua sigla em francês), que levou à queda do regime e do ditador Mobutu.
Em 1998, já com o novo regime instalado, abandonou-se o nome de Zaire e foi adotado o que se utiliza até hoje: República Democrática do Congo.