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O coala, um dos ícones da exótica fauna australiana, está ameaçado de extinção em razão do aquecimento global, segundo estudo realizado pela Universidade de Sydney, que alerta serem necessárias medidas “urgentes”.
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De acordo com o levantamento, o desaparecimento do marsupial pode ocorrer em um prazo muito mais próximo do que as previsões mais pessimistas caso não se planeje o plantio de árvores de grande altura e densa folhagem para os protegerem das temporadas de calor mais intenso.
[Coala se alimenta de folhas de eucalipto no zoo de Melbourne]
Durante três anos, Mathew Crowther, da Universidade de Sydney, seguiu um grupo de 40 coalas através de satélite para estudar seu habitat e dieta. Dessa forma, ele descobriu como o animal se refugia durante o dia nas árvores mais altas, cuja folhagem o protege do sol e de incêndios florestais.
“Conseguimos igualmente demonstrar que, quanto mais calor faz durante o dia, mais os coalas tendem a procurar árvores compostas por folhagens densas para escapar das temperaturas mais elevadas.”
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Os resultados mostram ser inquietantes, já que um quarto da população de coalas estudada pelos pesquisadores morreu durante a canícula (período de fortes ondas de calor sem ventos) de 2009. Esse dado preocupa pelo registro crescente de eventos climáticos extremos no país, afirma Crowther. O mês de setembro de 2013 foi o mais quente na Austrália depois do início dos registros meteorológicos, com temperaturas de 2,75 º C superiores à média.
No ano passado, o coala passou a ser classificado entre as espécies a receberem proteção em diversas regiões da Austrália, onde sua sobrevivência está ameaçada pelo crescimento das zonas urbanas, circulação de automóveis, animais domésticos como cachorros ou doenças. Pelos critérios da UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza), essa espécie está em uma categoria inferior em relação às classificadas pelo termo “em perigo”.
De acordo com os últimos estudos, a população de coalas diminuiu significativamente. Dos cerca de 10 milhões calculados na época da chegada dos ingleses em 1788, restam apenas 43 mil em habitat selvagem.