O senador do Polo Democrático Iván Cepeda pediu nesta quarta-feira (11/08) que o presidente da Colômbia, Iván Duque, peça desculpas ao povo haitiano pela atuação de ex-militares colombianos no assassinato de Jovenel Moise, em julho passado.
Em carta publicada no jornal El Espectador, para Cepeda, é dever do mandatário “reconhecer” que a participação do grupo no episódio é um feito que produz uma “vergonha nacional” ao país, afirmando que, além das desculpas, é necessário “adoção de medidas”.
“É você quem deve reconhecer, em nome de todo um país e suas instituições, que a participação de militares da reserva no assassinato de um presidente é um feito que produz vergonha nacional. […] Medidas devem ser tomadas para restringir a contratação de ex-militares em supostos serviços estrangeiros de segurança que impulsionam a perpetração de graves crimes contra a humanidade”, disse.
Segundo o senador, o pedido é um “primeiro passo” para que a Colômbia reconheça que ainda é preciso “enfrentar a crise” no que tange à “formação, controle, supervisão e apoio” aos militares e policiais que se aposentam no país.
As autoridades do Haiti acusaram, até o momento, 28 estrangeiros suspeitos de envolvimento na morte do ex-presidente Moise, sendo 26 deles colombianos. Ainda em julho, o Pentágono norte-americano afirmou que “um pequeno número” entre esses detidos “havia participado de programas anteriores de treinamento e educação militar dos EUA, enquanto serviam como membros ativos das Forças Militares colombianas”.
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Para Cepeda, falta de desculpas acarreta a condenação da Colômbia ser vista como ‘violenta’
O presidente da Colômbia reconheceu publicamente a participação dos ex-militares no assassinato, afirmando que seu governo está colaborando com as investigações. No entanto, Cepeda aponta que falta o pedido.
“O possível envolvimento de profissionais do Exército Nacional neste ato é atroz e inumano. […] Isso é um episódio suficiente para que você [Duque], como representante de Estado, peça perdão ao povo do Haiti e se comprometa a adotar medidas urgentes e concretas para evitar que isso se repita”, disse.
Cepeda ainda disse que a falta de desculpas acarreta a condenação da Colômbia ser “lembrada” por “guerras e por protagonizar episódios vergonhosos de mercenários e violência”.