A Colômbia “não descarta nenhuma opção” como resposta à suposta ligação dos presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e do Equador, Rafael Correa, com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), declarou hoje (3) o ministro das Relações Exteriores do país, Jaime Bermúdez.
“Todas as opções estão na mesa”, disse o chanceler colombiano, em entrevista coletiva, ao ser questionado sobre a possibilidade do presidente, Álvaro Uribe, processar Chávez e Correa nos tribunais internacionais “por seu apoio a uma narcoguerrilha considerada terrorista pela União Europeia e pelos Estados Unidos”, segundo informou a edição de hoje do jornal espanhol “El País”.
A crise atual foi motivada pelas acusações da Colômbia de que armas vendidas pela Suécia à Venezuela nos anos 1980 foram parar nas mãos das Farc, além de um vídeo no qual o líder “Mono Jojoy” menciona uma contribuição para a campanha eleitoral de Correa em 2006 – embora no vídeo, editado, não fique nítida a menção de que a guerrilha em si tenha dado dinheiro para a campanha.
Enquanto Chávez “congelou” suas relações com Uribe, Correa avisou que responderá com armas se houver um novo bombardeio colombiano contra seu país – como ocorreu em março de 2008, provocando o rompimento das relações entre Colômbia e Equador.
Visita ao Brasil
Álvaro Uribe anunciou hoje (3) que vem ao Brasil na próxima quinta-feira para se encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e explicar o acordo militar com os Estados Unidos – que prevê a instalação de quatro bases norte-americanas em seu país.
A intenção do encontro é que Lula possa obter informações para levar à próxima Cúpula da Unasul (União de Nações Sul-Americanas), que será realizada no dia 10, em Quito, no Equador. Uribe já informou que, apesar de seu país ser membro do órgão, ele não participará da reunião na próxima semana.
Além do Brasil, Uribe também confirmou encontro com chefes de Estado do Peru, Chile e Paraguai, com o mesmo tema em pauta. Um comunicado do governo diz ainda que definirá as datas de visitas a Argentina, Bolívia e Uruguai.
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Preocupação com as bases
O acordo do estabelecimento de bases militares norte-americanas na Colômbia foi anunciado após os Estados Unidos abandonarem a base equatoriana em Manta, meses antes do vencimento do contrato de dez anos com o Equador, cujo governo decidiu não renovar o acordo.
Equador, Brasil e Chile são alguns dos países sul-americanos que expressaram sua preocupação com a possibilidade de tropas dos Estados Unidos se assentarem em território colombiano.
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