Atualizada às 19h36
A greve geral nacional convocada por centrais sindicais e movimentos populares da Colômbia nesta quarta-feira (04/12) contra o pacote de medidas trabalhistas e previdenciárias do governo do presidente Iván Duque levou milhares de pessoas a ocuparem as ruas das principais cidades do país e contou com a adesão de diversas categorias de trabalhadores, estudantes e membros do movimento indígena.
A mobilização desta quarta acontece após o presidente Iván Duque aceitar dialogar exclusivamente com o Comitê Nacional da Greve, mas pedir que fosse suspensa a paralisação de hoje. O presidente da CUT, Diógenes Orjuela, esclareceu que o dia de manifestações iria continuar, mesmo em diálogo com o governo. “A greve não tem reversão, não cumprimos as condições impostas pelo governo”, disse.
Em Bogotá, capital colombiana, diversas marchas partiram de diferentes pontos da cidade culminando com uma grande concentração na praça Bolívar, centro da cidade, onde está localizada a sede do governo colombiano. Foram registradas apresentações artísticas, danças e panelaços na região.
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As manifestações na capital ainda foram marcadas pela presença massiva de membros da Guarda Indígena de Cauca (Cric), que chegaram em Bogotá ainda pela manhã para se juntar às mobilizações desta paralisação nacional. Os indígenas começaram a se concentrar na praça por volta das 14h (16h, no horário de Brasília) e cantaram o hino nacional, carregaram faixas e gritaram palavras de ordem como “força pela minha raça, força pela minha terra”.
Segundo o jornal El Tiempo, muitas pessoas que já estavam no local receberam o grupo de manifestantes do Cric com muitos aplausos e assistiram apresentações de canções da Guarda Indígena.
CRIC Colombia Cauca
As manifestações na capital ainda foram marcadas pela grande presença da Guarda Indígena de Cauca
As manifestações de Barranquilla começaram pela manhã com uma marcha que partiu desde a Universidade de Atlântico, culminando com a união entre estudantes e membros da Central Unitária dos Trabalhadores (CUT) colombiana, quando se encontraram no final do ato em Paseo Bolívar, a avenida mais importante da cidade.
Na segunda maior cidade do país, Medellín, manifestantes que saíram do parque de Las Luces, que fica na região central, se encontraram com outro grupo que partiu de Envigado no parque El Poblado, que já estava programado como ponto final das marchas na cidade.
Pela tarde, às 16h (18h no horário de Brasília), centenas de pessoas realizaram um grande ato artístico e cultural na cidade del Río. A mobilização contou com a participação de ambientalistas, professores, estudantes, profissionais da saúde, sindicalistas, operários, indígenas, camponeses e líderes sociais.
Em Cali, ocorreram manifestações em seis pontos diferentes da cidade. Desde manhã, algumas vias estavam bloqueadas para receber a caminhada dos manifestantes. No centro da cidade, a Guarda Indígena, que saiu de Cauca, encontrou os manifestantes no Centro Administrativo Municipal para formar uma grande mobilização.
O percurso do grupo indígena ainda passou pela Universidade do Valle. O Movimento de Mulheres da cidade também se mobilizou neste dia de paralisação geral e se concentrou no parque Las Banderas. Ainda em Cali, manifestantes se concentraram na praça Jairo Varela onde foi realizado um grande panelaço contra Duque com o nome de “panelaço sinfônico”.