Colonos israelenses estão tomando terras palestinas sob a justificativa de proteger patrimônios históricos, denunciou o governo do Reino Unido, de acordo com reportagem publicada nesta segunda-feira (23/03) pelo The Independent.
Segundo o veículo inglês, ministros britânicos estão preocupados com o fato de que a Autoridade de Antiguidades de Israel, agência oficial responsável por preservar artefatos históricos, estaria “minando os esforços de paz na região ao trabalhar com colonos radicais”.
Patrícia Dichtchekenian/OperaMundi
Muitas ONGs internacionais condenam assentamentos, classificando-os como uma série de violações de direitos humanos
É o caso de grupos como os colonos de El’ad, conhecidos por ocupar territórios palestinos de forma agressiva, expulsando inclusive famílias palestinas de suas residências em zonas urbanas com o argumento, por exemplo, de que a área seria usada para escavações arqueológicas.
“Estamos preocupados que essa conexão tenha levado a Autoridade de Antiguidades de Israel a dar apoio a atividades radicais de colonos ao redor da cidade velha [de Jerusalém] sob a forma de turismo e de proteção da história judaica”, comentou a ministra britânica de Assuntos Exteriores, Joyce Anelay. Para ela, tal situação não só pode aumentar a tensão em Jerusalém Oriental, como também complicar tentativas para uma resolução política na região.
Os assentamentos israelenses na Cisjordânia são ilegais conforme o direito internacional. Em inúmeras ocasiões, a ONU (Organização das Nações Unidas) pediu que o governo de Tel Aviv se retirasse dos territórios palestinos ocupados.
EFE
Região do assentamento de Gvaot, próxima a Belém na Cisjordânia: decisão é ilegal, segundo o direito internacional
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Além disso, grupos de direitos humanos, inclusive, a Anistia Internacional, já repetiram diversas vezes que os assentamentos representam uma série de violações de direitos humanos.
No mês passado, uma reportagem da Al Jazeera revelou que as sinalizações de trânsito que indicam cidades palestinas nas estradas da Cisjordânia têm sido substituídas cada vez mais por placas que indicam apenas localidades de assentamentos israelenses na região.
A ocupação militar israelense dificulta o trajeto de palestinos, que são obrigados a passar diariamente por uma série de constrangimentos e de obstáculos de infraestrutura, incluindo blocos de concreto do muro da segregação e cerca de 100 postos de fiscalização fixos.
Vídeo mostra violência de colonos contra palestinos:
Sessão da ONU sobre ofensiva em Gaza
Hoje também foi realizada uma sessão especial do Conselho de Segurança dos Direitos Humanos da ONU em Genebra dedicada a analisar os abusos cometidos durante a ofensiva israelense na Faixa de Gaza em meados de 2014 que resultou na morte de mais de 2.200 palestinos e 70 israelenses.
No entanto, Israel e Estados Unidos optaram por boicotar e não comparecer à sessão. Para a União Europeia, o encontro tinha “a urgência de esforços renovados, estruturados e substanciais pela paz” na região.