Durante discurso na 77ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, falou abertamente nesta quarta-feira (21/09) sobre uma possível reforma da entidade, que a deixa “mais inclusiva”.
Para o norte-americano, a necessidade uma reestruturação tange os “problemas da sociedade hoje” e o fortalecimento da organização para enfrentá-los.
“Acredito que chegou o tempo dessa instituição [ONU] ficar mais inclusiva para enfrentar os problemas da sociedade hoje. Por isso, os EUA apoiam o aumento de membros permanentes no Conselho de Segurança para mais países. Defendemos há muito tempo assentos permanentes para países da África, América Latina e Caribe”, pontuou Biden.
Biden concordou com uma reforma no Conselho de Segurança da ONU, que hoje tem apenas cinco membros permanentes – China, EUA, França, Reino Unido e Rússia, Biden pediu o fim do “direito ao veto” feito por um único país e que quando feito, seja apenas em “ocasiões raras e excepcionais”.
A solicitação referente ao direito de veto está relacionada ao contexto da guerra na Ucrânia, uma vez que o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky fez a mesma solicitação às Nações Unidas no mês de abril. Como membro do Conselho, a Rússia vetou a resolução contrária da organização sobre a invasão ao país vizinho anunciada em fevereiro.
Conflito Rússia e Ucrânia
Além da defesa de uma reforma, o mandatário norte-americano falou sobre a guerra na Ucrânia, criticando seu homólogo russo, Vladimir Putin, e apoiando Kiev.
Twitter/Joe Biden
Além das críticas, Biden também mencionou crise entre Washington e Pequim por conta de Taiwan
“A guerra foi escolhida por um homem que escolheu ser cruel, um proeminente membro do Conselho de Segurança da Nações Unidas decidiu invadir o país vizinho, violando a Carta da ONU. Hoje, o presidente Putin voltou a fazer ameaças nucleares contra a Europa, em um claro desrespeito ao direito internacional”, afirmou Biden referindo-se ao pronunciamento do mandatário russo sobre a mobilização nacional.
Com relação à mobilização militar a suposta ameaça nuclear, Putin justificou que seu anúncio se dá por uma oposição russa a um “Ocidente coletivo”, que “procura dividir o país em pedaços”. A ideia, de acordo com Moscou, seria proteger a integridade territorial da Rússia.
O presidente dos Estados Unidos ainda reiterou seu apoio à Ucrânia, com o envio de ajuda humanitária e militar que está no valor de US$ 25 bilhões, afirmando que, antes do conflito, foi “avisado que a guerra estava para acontecer”, e que trabalha para respeitar “os princípios que existem na ONU”.
Na segunda metade de seu discurso, o norte-americano focou em temas como o combate às crises climáticas, à insegurança alimentar e conflitos ao redor do mundo. No entanto, em cada um dos tópicos, Biden fez críticas aos russos, afirmando que Moscou “é responsável pela guerra da comida” e garantindo que as sanções ocidentais permitem a exportação de grãos e alimentos.
Biden também mencionou em seu discurso a crise entre Washington e Pequim por conta de Taiwan, afirmando que seu governo “não busca conflito” ou “guerra fria”.
(*) Com Ansa e Brasil de Fato