Aos 74 anos de idade, o direitista Reuven Rivlin, veterano do partido Likud, foi nomeado nesta terça-feira (10/06) pelos parlamentares de seu país para ser o décimo presidente de Israel. A votação no Knesset, parlamento israelense, foi apertada e pôs fim a uma corrida tensa e disputada para um cargo que é visto por muitos como essencialmente cerimonial — o poder de fato é exercido pelo primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu.
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Agência Efe
O novo presidente de Israel, Reuven Rivlin (no centro) tira selfie com seu rival centrista e também candidato Meir Shitrit (esq.)
Descendente de uma tradicional família de Jerusalém e parlamentar eleito para o Knesset por mais de 20 anos, Rivlin irá substituir o atual presidente, Shimon Peres, que, aos 90 anos de idade, termina seu mandato de sete anos no próximo mês. Rivlin será empossado no dia 24 de julho.
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Na primeira sessão do parlamento, Rivlin obteve 44 votos, longe dos 60 necessários para formar maioria. No segundo turno, que contou com a participação de 119 dos 120 deputados, Rivlin conquistou 63 apoiadores, o que lhe garantiu a vitória no que foi descrita como uma das eleições mais tensas da história recente do país. “Foi mais dramático do que esperávamos, mas no final Rivlin ganhou”, disse o ministro de Transporte, Yisrael Katz, que defendia a candidatura de seu colega de partido.
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Político de longa data e defensor da ideologia da Grande Israel, Reuven Rivlin é um quadro antigo do partido governista Likud. Por conta de uma briga política em 2009, Rivlin só recebeu o apoio do premiê e colega de legenda, Netanyahu, há algumas semanas — após o anúncio do resultado no Knesset, o chefe de governo não se levantou para cumprimentar o novo presidente.
Durante a corrida presidencial, Rivlin ganhou o apoio de parte dos centristas — e até de alguns esquerdistas — por conta de seu histórico como defensor dos princípios democráticos. Suas posições políticas são marcantes: se opôs à retirada unilateral da Faixa de Gaza em 2005; e é contra a ideia da partição territorial que daria lugar à criação de um Estado palestino independente. Rivlin também já deu declarações favoráveis à criação de um único Estado, com direitos iguais aos cidadãos — porém, muito provavelmente sob a soberania e o controle de Israel.
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Na primeira rodada da eleição no Knesset, cinco candidatos participaram da votação: três políticos, a ex-juíza da Suprema Corte Dalia Dorner e o prêmio Nobel de Química Dan Shechtman. Rivlin, com 44 votos, e Sheetrit, com 31, passaram para o segundo turno e se especulava se o candidato conservador seria superado pelo político de centro.