Antes que o resultado oficial fosse anunciado, tanto o governador de Jakarta, Joko Widodo (Jokowi), como o ex-general Prabowo Subianto se autoproclamaram vencedores do pleito realizado nesta quarta-feira (09/07). Caso algum deles conteste o resultado oficial, a decisão poderá ficar a cargo do Tribunal Constitucional do país.
Agência Efe
De acordo com analistas, Jokowi defende reformas democráticas e Prabowo poderá fazer o país retroceder para o autoritarismo
Ambos tiveram que pedir contenção aos seus correligionários para evitar atos de violência. A polícia do país informou nesta quinta-feira (10/074) que tomará “medidas enérgicas” contra qualquer pessoa que celebre a vitória antes do tempo.
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A contagem rápida realizada pelo portal de notícia Kompas revelou que Jokowi obteve 52,2% dos votos, e Subianto, 47,8%, como noticiou a agência Prensa Latina.
De acordo com a agência AP, as contagens rápidas são realizadas com base em uma mostra representativa dos votos de todo o país e estimam com precisão o resultado oficial.
Ontem à noite, ambos os candidatos se reuniram, separadamente com o presidente Susilo Bambang Yudhoyono. O conteúdo das conversas não foi divulgado.
Resultado oficial
A Comissão Geral de Eleições (CGE) realizará de hoje até sábado (12/07) a recontagem dos votos, como informou Husni Kamil Manik, chefe do organismo. A expectativa é que o resultado oficial da terceira maior democracia do mundo seja anunciado no dia 22 de julho.
De acordo com a Constituição do país, se um dos candidatos contestar o resultado devido à evidência de alguma fraude ou irregularidade no voto, o caso irá para o Tribunal Constitucional que terá até duas semanas para decidir sobre a questão.
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“Considerando o anúncio de vitória de ambos os candidatos, parece difícil evitar uma batalha jurídica no Tribunal Constitucional”, afirmou Welder Denny, vice-ministro da lei e dos direitos humanos à AP.
Subianto, que possui laços com a elite política e econômica do país já manifestou desconfiança quanto à legitimidade da contagem rápida. Jokowi, por sua vez, é o primeiro candidato à presidência que não tem relação com o regime do ex-ditador Hadji Mohamed Suharto (que governou entre 1966 e 1998).
“Os partidários de Jokowi estão claramente preocupados com a possibilidade de fraude no processo de agregação”, afirmou o analista político Paul Rowland. “Há muita possibilidade para mudar os números”.
Ainda de acordo com a AP, alguns analistas consideram que no país em que a corrupção é “uma praga”, há grande possibilidade de intimidação para “manchar a contagem oficial” de votos já que mais de 140 milhões de cédulas devem ser transportados para centros regionais, muitas vezes em áreas remotas.