O Sudão, maior país da África, que vive há décadas sob o governo do presidente Omar al-Bashir, realiza neste domingo (11/4) suas primeiras eleições multipartidárias em 24 anos. Em todo o país, 16 milhões de eleitores podem votar para eleger o presidente, o parlamento, governadores e assembleias provinciais.
As 13 mil seções eleitorais foram abertas às 8h (horário local) e devem ficar abertas até terça-feira. No Sudão, onde a falta de infraestrutura é um problema crônico, muitas pessoas têm de viajar durante dias até conseguirem chegar a um local de votação. A comissão eleitoral sudanesa, encarregada de preparar e acompanhar o processo, abriu seções tanto nas 15 províncias do norte quanto nas 10 da chamada “região autônoma do sul”, que também vai escolher um presidente para seu território e uma nova câmara legislativa regional.
O presidente Al-Bashir é o principal candidato, já que os principais partidos da oposição boicotaram o processo. Ele deverá conseguir mais de 50% dos votos para ganhar já no primeiro turno. Senão, em três semanas os dois candidatos mais votados concorrerem em segundo turno. Al-Bashir deve votar no Colégio São Francisco em Cartum. Desde o início da manhã, O local estava sob medidas especiais de segurança.
Já nas eleições provinciais, haverá somente o primeiro turno.
Segundo reportagem da agência de notícias espanhola Efe, não havia filas para votação. mas vários observadores do Ministério da Justiça estavam postados junto aos mesários, vestidos com coletes laranja.
Apesar de domingo ser dia útil no Sudão (de maioria muçulmana), o horário de trabalho vai terminar ao meio-dia para evitar que os moradores de Cartum tirem folga e não compareçam às urnas, além de dar tempo para votar a todos os eleitores.
Votação complicada
O processo de votação sudanês é complicado, como é admitido tanto pela comissão eleitoral quanto pelo próprio Al-Bashir. O eleitor do norte terá de preencher oito cédulas e o do sul, 12 – em um país com altos números de analfabetismo. Para tentar facilitar a votação, a televisão pública e os demais meios de informação divulgaram continuamente programas e anúncios explicando como se deve votar e em que ordem. Para o parlamento nacional e as assembleias provinciais, os eleitores terão de introduzir três cédulas em cada urna.
Os legislativos serão formados por 60% de representantes das diferentes circunscrições, 25% de mulheres e 15% de membros de partidos políticos que concorrem em listas fechadas.
Ainda não se sabe quando serão anunciados os resultados da votação. Ontem, a comissão eleitoral se limitou a informar que “não ia demorar muito tempo”.
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