O Brasil se compromete a apoiar o segundo turno das eleições do Haiti e defende que a comunidade internacional também mantenha o suporte ao país caribenho. Em nota do Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty, o governo brasileiro informa que este apoio é fundamental para a garantia do processo democrático. As eleições no Haiti ocorrerão no dia 20 de março e o candidato governista ficou fora da disputa, depois de uma série de denúncias de irregularidades.
Seguindo orientações da OEA (Organização dos Estados Americanos), o Conselho Eleitoral Provisório do Haiti confirmou na quinta-feira (3/2) os nomes dos candidatos: a ex-primeira-dama Mirlande Manigat – casada com o ex-presidente haitiano Leslie Manigat (1988) e que é de oposição – e Michel Martelly, um dos músicos mais populares do país, também de oposição.
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“O governo brasileiro expressa sua expectativa de que o presente processo eleitoral continue a avançar de maneira democrática e construtiva, em ambiente de estabilidade, com vistas à prevalência da vontade soberana do povo haitiano”, diz a nota. “[O governo do Brasil] ressalta, ainda, a importância de que a comunidade internacional continue a prestar ao Haiti toda a ajuda e cooperação que se fizerem necessárias.”
No final de janeiro, a OEA concluiu que o primeiro turno das eleições no Haiti, ocorrido em novembro de 2010, foi repleto de irregularidades. Denúncias que iam de duplicidade de cédulas eleitorais a alterações de resultados e impedimento de eleitores na hora de votar. O comitê internacional recomendou ainda mudar o resultado final das eleições – substituir o governista Jude Célestin pelo artista Martelly.
O momento político, econômico e social do Haiti é indefinido. Em janeiro, o ex-presidente Jean-Claude Duvalier, conhecido como Baby Doc, retornou ao país e agora há sinalizações de que o também ex-presidente Jean-Bertrand Aristide queira voltar a Porto Príncipe. Ambos são acusados de corrupção e violação de direitos humanos. Eles deixaram o Haiti, refugiando-se no exterior, por pressão popular.
Na economia, o país tenta se reconstruir depois do terremoto de 12 de janeiro de 2010, que devastou a maior parte do território haitiano e matou cerca de 220 mil pessoas. Para agravar a situação, a população vive em meio ao temor de uma epidemia de cólera. A doença já matou 4 mil haitianos.
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