A Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) anunciou nesta segunda-feira (26/02) a retirada de sanções econômicas impostas ao Níger pelo levante militar no país, em julho de 2023. A aplicação das retaliações levou o país a anunciar sua retirada do bloco, em janeiro passado.
O anúncio sobre as sanções foi realizado por meio do documento oficial da Conferência entre os chefes de Governo dos países membros sobre a situação política na região, realizada no último sábado (24/02).
Comunicado Final : Cimeira Extraordinária Da Conferência Dos Chefes De Estado E De Governo Da CEDEAO Sobre A Situação Política, De Paz E De Segurança Na Região…https://t.co/8Yt2EVFwUL pic.twitter.com/ad3MTePpmG
— Ecowas – Cedeao (@ecowas_cedeao) February 26, 2024
Após as conversações, a CEDEAO anunciou a suspenção das sanções, incluindo o fechamento das fronteiras, o congelamento do Banco Central e dos ativos estatais, bem como as limitações às transações comerciais, com efeito imediato.
No entanto, Omar Touray, presidente da Comissão da CEDEAO, revelou que algumas sanções políticas continuaram em vigor para o Níger, mas não deu detalhes.
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Apesar de anúncio, sanções contra Burkina Faso e Mali não foram retiradas
Outra manutenção do bloco contra o governo militar do Níger foi a reiteração do pedido de libertação do ex-presidente nigeriano Mohamed Bazoum, além de solicitar um “cronograma de transição aceitável” para um novo governo.
O bloco também informou que suspendeu algumas sanções contra a Guiné, que também viveu um levante militar em setembro de 2021, mas não abandonou o grupo – juntamente com Níger, Burkina Faso, e Mali. Mesmo com a medida, a administração militar não se comprometeu em realizar novas eleições.
Após a retirada das sanções ao Níger, mas não a Burkina Faso e ao Mali, a CEDEAO pediu que “os países reconsiderem a decisão [de saída], tendo em conta os benefícios que os Estados-membros da CEDEAO e seus cidadãos desfrutam na comunidade”.
Segundo o documento, a retirada das sanções foi feita por razões humanitárias. Em paralelo, a desvinculação afetaria os fluxos de comércio e serviços do bloco, em um valor de quase US$ 150 bilhões (R$ 749,27 bilhões) por ano.
(*) Com Sputniknews