Cerca de 20 membros da comunidade indígena Qom do estado de Formosa, no nordeste da Argentina, iniciaram uma greve de fome, em pleno centro de Buenos Aires, pedindo proteção ao Estado e a devolução de suas terras, informou a imprensa local.
Um total de 40 pessoas está acampado, desde dezembro, no cruzamento das avenidas de Mayo e 9 de Julio, entre a Casa Rosada, sede oficial do governo, e o Congresso argentino.
A greve de fome é liderada pelo chefe da comunidade La Primavera, Félix Díaz, que no início dos protestos já tinha tomado essa medida, mas a suspendeu pouco depois, quando o governo prometeu resolver os problemas da comunidade.
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“Isto não é novidade e nem bom para nós, muitos estão doentes, mas não nos resta outra [solução]. Ainda que seja perigoso, vamos fazer, porque não temos mais nada a perder”, afirmou Díaz à agência estatal Télam.
No entanto, até o momento, as promessas feitas em dezembro não foram cumpridas.
Em 23 de novembro do ano passado, depois de bloquearem por quatro meses uma rodovia nacional, a polícia estadual, junto com fazendeiros da região, agiu para encerrar o protesto, deixando dois mortos.
Depois disso, de acordo com reiteradas denúncias de Díaz, a polícia e os fazendeiros incendiaram as casas da comunidade indígena, fazendo com que muitos Qom perdessem seus documentos de identidade, sem os quais não conseguem ter acesso aos planos sociais.
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