A violência das milícias suscitadas nos últimos dias em Bangui, capital da República Centro-Africana (RCA), deixou centenas de feridos e causou o descolamento de cerca de 14 mil pessoas, informou neste sábado (07/12) a ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF).
Milhares de habitantes se viram obrigados a fugir para buscar proteção em pontos nevrálgicos da cidade, como o aeroporto ou centros de culto, assinala a nota da organização. Essas pessoas, ressalta, “estão vivendo em condições precárias. É preciso mais ajuda de forma urgente e que cheguem mais atores humanitários para poder ajudá-los”.
Agência Efe (05/12)
Crise na República Centro-Africana tem provocado a formação de grupos de refugiados
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Há, também, problemas nos equipamentos de saúde. “Nos dois últimos dias, as equipes da MSF trataram mais de 190 feridos no hospital Comunitário de Bangui. A maioria deles apresentavam traumas por arma de fogo ou por arma branca”, afirma a ONG em comunicado. O hospital está saturado, diz a Médicos Sem Fronteiras.
A Cruz Vermelha fala em mais de 300 mortos desde a sexta-feira (06/12), quando começaram os combates mais intensos.
O conflito também chegou a Bossangoa, a 300 quilômetros ao norte de Bangui, onde a MSF cuidou de “20 feridos e continua oferecendo serviços médicos e água aos mais de 35 mil deslocados na cidade”.
Nas últimas semanas, foram registrados choques entre partidários do grupo Séléka, que deu um golpe de Estado na República Centro-Africana em março que levou ao poder o presidente Michel Djotodia, e as milícias de autodefesa “Anti-Balaka” (“antimachete” em sango, a língua nacional), favoráveis ao líder deposto, François Bozizé.
A crise da República Centro-Africana começou quando, em 24 de março, a capital foi tomada pelos rebeldes do Séléka, que assumiram o poder no país após a fuga de Bozizé ao exílio. A França obteve autorização da ONU e começou a intervir militarmente na região nesta semana.