O Congresso Nacional Africano (CNA), partido criado por Nelson Mandela, lidera a apuração das eleições parlamentares na África do Sul com mais de 60% dos votos, segundo dados da Comissão Eleitoral Independente divulgados nesta quinta-feira (08/05). De acordo com o órgão, 70% dos mais de 25 milhões de eleitores foram às urnas nas quintas eleições gerais celebradas no país desde a queda do regime segregacionista do apartheid em 1994.

Agência Efe

Apoiadores do CNA seguram cartaz com rosto do presidente sul-africano Jacob Zuma durante eleição em Soweto, Johanesburgo 

Com 73% das urnas apuradas, o CNA obteve 62,49% dos votos e mantém a liderança do Parlamento. A segunda força política do país, a Aliança Democrática, considerada a “casa política dos brancos privilegiados”, obteve 22,53% dos votos. Se confirmado o resultado ao término da apuração, a terceira bancada no Parlamento será a do esquerdista Combatentes pela Liberdade Econômica, que defendeu a nacionalização das minas e redistribuição da terra durante a campanha, com 5,28% dos votos.  Os dados foram divulgados às 17h20 locais (12h20 de Brasília). O resultado final é esperado para a meia-noite de hoje.

Com o resultado, Jacob Zuma deverá ser reeleito para um mandato de cinco anos, já que, no país, o presidente é escolhido pelo Parlamento. O CNA assumiu o poder há duas décadas sob a liderança de Nelson Mandela. Autoridades eleitorais, no entanto, disseram que ainda é cedo para fazer projeção sobre o resultado final porque urnas de grandes distritos ainda não foram abertas.

Mesmo assim, dirigentes do CNA disseram acreditar na vitória: “estamos confiantes, teremos mais um mandato com o apoio de uma maioria para continuar a dirigir este país e levar a África do Sul adiante”, afirmou Jackson Mthembu, porta-voz do partido.

Nesta semana, o mandatário defendeu uma grande maioria para que sejam feitas reformas para tentar melhorar a situação do país. “Há certas coisas que precisam ser removidas para que possamos avançar”, disse.

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O presidente enfrenta uma crise de popularidade devido às diversas denúncias de corrupção envolvendo seu nome e faz um mandato marcado pelo baixo crescimento econômico, intensos conflitos sindicais na mineração e violência urbana.

Apesar dos 20 anos de governo do CNA, a sociedade sul-africana continua desigual. Brancos ganham em média seis vezes mais que os negros, são menos afetados pelo desemprego e continuam a ter melhor acesso à educação.