O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) autorizou esta segunda-feira (02/10) o envio de forças de segurança para o Haiti.
A resolução aprovada, após receber 13 votos a favor (Albânia, Brasil, Emirados Árabes, Equador, Estados Unidos, França, Gabão, Gana, Japão, Malta, Moçambique, Reino Unido e Suíça) e duas abstenções (China e Rússia).
A decisão atendeu a um pedido realizado pelo primeiro-ministro haitiano, Ariel Henry, para que forças estrangeiras pudessem ajudar a Polícia Nacional do país caribenho a conter a onda de violência que domina o país há anos, e que se agravou após o magnicídio do então presidente Jovenel Moïse, em julho de 2021.
A votação do pedido haitiano foi a primeira atividade do Conselho de Segurança sob a presidência do Brasil, que assumiu a liderança do organismo neste domingo (01/10) e a exercerá durante todo este mês de outubro.
A sessão também definiu que as tropas da ONU serão enviadas “dentro dos próximos meses” e serão lideradas pelas Forças Armadas do Quênia, embora outros países possam fazer parte da sua composição.
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Também se estabeleceu que a missão durará ao menos um ano, e que após esse prazo haverá uma avaliação sobre a necessidade ou não de manutenção da mesma.
Os dois países que evitaram a aprovação por unanimidade, China e Rússia, alegaram que a decisão contém o risco de terminar com o mesmo resultado da Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah, por sua sigla em francês).
A Minustah foi criada em 2004 com o mesmo objetivo, mas se encerrou em 2017 sem conseguir acabar com a violência no país, além de acumular denúncias por abusos aos direitos humanos cometidos pelos soldados da ONU.
Vale lembrar que aquela missão contou com a participação de militares brasileiros e que alguns dos oficiais que a compunham se tornariam, anos depois, ministros do governo de Jair Bolsonaro (2019-2023), como Augusto Heleno, Alberto Santos Cruz, Fernando Azevêdo, Luiz Eduardo Ramos e Tarcísio de Freitas (atual governador de São Paulo).