O partido de direita do ex-primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis estava confortavelmente à frente nas pesquisas de boca de urna nas eleições parlamentares gregas deste domingo (25/06), garantindo possivelmente uma maioria absoluta para formar um novo “governo estável”.
O partido Nova Democracia (ND), no poder desde 2019, teria obtido entre 40% e 44% dos votos, à frente do partido de esquerda Syriza, de Alexis Tsipras, que obteve entre 16,1% e 19,1% dos votos, um resultado pior do que na eleição anterior, em 21 de maio, de acordo com pesquisas divulgadas na televisão no fechamento das seções eleitorais.
De acordo com as pesquisas, entre cinco e nove partidos teriam ultrapassado o limite de 3% para entrar no parlamento grego que possui 300 assentos. Os primeiros resultados parciais devem ser publicados a partir da noite de hoje. Alexis Tsipras, do Syriza, prometeu lutar “até o último segundo”, apesar do resultado ruim na eleição anterior, em 21 de maio, na qual Mitsotakis ficou a apenas cinco cadeiras da maioria absoluta.
Mitsotakis, de 55 anos, formado em Harvard e chefe do governo de 2019 ao final de maio passado, obteve uma vitória arrebatadora há cinco semanas, com 40,8% dos votos, o dobro do Syriza. No entanto, o tamanho de sua vitória, que surpreendeu os analistas, não permitiu que ele alcançasse a maioria absoluta.
O líder conservador, à frente do partido Nova Democracia, descartou a possibilidade de uma coalizão com outras formações e conduziu à repetição da eleição deste domingo, onde alcançou entre 37,8% e 45% das intenções de voto, de acordo com as últimas pesquisas.
Depois de votar em um bairro residencial da capital, Mitsotakis disse que os gregos estão votando “pela segunda vez em poucas semanas para obter um governo estável e eficaz”.
Twitter pessoal
Mitsotakis durante evento de campanha, que terminou com sua vitória por ampla maioria
Em uma escola no subúrbio de Pangrati, em Atenas, Aris Manopoulos, um comerciante na casa dos 50 anos, disse que havia optado “pela razão”.
“Votei na Nova Democracia para que o país possa avançar e continuar a crescer economicamente”, disse.
Tsipras na corda bamba
O Syriza, legenda de esquerda, que obteve 20,07% dos votos em 21 de maio, pode cair ainda mais, de acordo com as projeções, que agora lhe dão entre 16,8% e 20%. A eleição decidirá se a Grécia terá um “governo sem controle” ou “um equilíbrio democrático” na segunda-feira, com “uma oposição forte, capaz de desempenhar seu papel”, disse Tsipras após votar.
Desta vez, o vencedor da eleição terá um bônus de 50 deputados na casa dos 300, o que poderia ajudar Mitsotakis de forma decisiva. Ao dar à Nova Democracia a maioria absoluta nas eleições de julho de 2019, em detrimento do Syriza, os gregos queriam virar a página de anos de crise financeira e planos de resgate, que destruíram 25% do PIB nacional e ameaçaram tirar o país da zona do euro.
Kyriakos Mitsotakis, filho de um ex-primeiro-ministro e tio do atual prefeito de Atenas, não deixou de se vangloriar de seu balanço econômico, marcado por um crescimento de 8,3% em 2021 e 5,9% em 2022, com queda no desemprego. No entanto, Tsipras, que já foi a esperança da esquerda na Europa, advertiu durante a campanha que seu rival não deveria receber um “cheque em branco” que lhe permitisse levar adiante uma “agenda oculta” de políticas antissociais.
O líder do Syriza está apostando seu futuro político nas eleições deste domingo, depois de admitir, após 21 de maio, que pensou em renunciar.