O Parlamento grego elegeu, nesta quarta-feira (22/01), Ekaterini Sakellaropoulou, uma juíza de 63 anos especialista em direito ambiental, para se tornar a primeira mulher a presidir a República grega. Sakellaropoulou, atual presidente do Conselho de Estado, recebeu 261 votos a favor de um total de 300 deputados da Casa. O cargo de presidente tem função protocolar na Grécia.
A indicação de Ekaterini Sakellaropoulou uniu a direita e a esquerda na Grécia. Ela recebeu tanto o apoio dos conservadores do partido Nova Democracia, no poder, quanto de opositores da esquerda radical, da sigla Syryza, e do movimento de centro-esquerda Kinal. Apresentada pelo primeiro-ministro conservador Kyriakos Mitsotakis como a candidata da “unidade” e do “progresso”, esta experiente juíza também será a comandante-chefe das Forças Armadas gregas.
“Chegou a hora da Grécia se abrir para o futuro”, disse o primeiro-ministro Mitsotakis. “Não vamos nos esconder atrás do nosso dedo mindinho, a sociedade grega ainda é marcada pela discriminação contra as mulheres”, destacou.
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Desde que o nome de Sakellaropoulou começou a circular, o primeiro-ministro se dispôs a apoiá-la, depois de ser severamente criticado no país por ter nomeado apenas duas mulheres para seu gabinete. A Grécia ainda permanece uma sociedade essencialmente patriarcal.
Sakellaropoulou fará seu juramento na presidência em 13 de março, data em que termina o mandato de seu antecessor, o conservador Prokopis Pavlopoulos. Ela foi eleita para um mandato renovável de cinco anos.
Reprodução/Parlamento
Indicação de Ekaterini Sakellaropoulou uniu a direita e a esquerda na Grécia
Defesa de refugiados e liberdades civis
“Ela sempre defendeu vigorosamente a justiça, a proteção dos direitos individuais e a neutralidade religiosa do Estado. Sua eleição recompensará os valores progressistas que ela defendia como juíza”, disse o ex-primeiro ministro Alexis Tsipras, agora líder da oposição de esquerda. Ele foi derrotado pela direita nas eleições legislativas de julho do ano passado.
Graduada em direito constitucional e ambiental, a presidenta eleita fez seus estudos universitários em Atenas e na Sorbonne, em Paris. Ela é conhecida por suas posições em defesa dos direitos dos refugiados, das minorias e das liberdades civis. Mas, acima de tudo, destacou-se em questões de proteção ambiental, ao mesmo tempo em que preserva os investimentos no país atingido por uma década de crise econômica.