Os conservadores portugueses, vencedores das eleições de 5 de junho, comunicaram nesta terça-feira (14/06) ao chefe de Estado, o presidente Aníbal Cavaco Silva, terem finalizado um acordo para formar um novo governo de maioria absoluta, que contará com o apoio dos democrata-cristãos.
O líder do PSD (Partido Social Democrata, centro-direita), Pedro Passos Coelho, reuniu-se com Cavaco, antes de o presidente abrir os contatos formais para designar o primeiro-ministro, e os informou sobre o acordo, como disseram aos jornalistas fontes do partido.
Com 102 dos 230 deputados do parlamento português, o PSD vai assinar um pacto de legislatura com o CDS-PP (Centro Democrático Social-Partido Popular), com 23 legisladores, enquanto Cavaco vai anunciar oficialmente a designação de Passos Coelho.
As gestões para substituir o Executivo do Partido Socialista, que perdeu as eleições após seis anos no poder e ficou relegado a 71 deputados, ocorrem sob uma forte pressão dos mercados de dívida sobre Portugal.
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Em meio às turbulências, que centram a reunião desta terça-feira entre os ministros de finanças da zona do euro, Portugal volta nesta quarta-feira ao mercado de dívida para emitir 1 bilhão de euros, para dois e seis meses, e completar os primeiros fundos já recebidos de seu resgate internacional de 78 bilhões de euros.
Cavaco pediu a Passos Coelho, poucas horas após o anúncio de seu triunfo eleitoral, que apresente com urgência um projeto para formar um governo. O chefe de Estado quer que o Executivo tome posse antes da cúpula europeia, marcada para 23 de junho.
No entanto, uma possível queixa eleitoral do Partido Socialista pelo envio irregular de votos a partir do Brasil pode atrasar a publicação oficial do resultado do pleito e a posse do sucessor de José Sócrates.
Após o encontro desta terça-feira com Passos Coelho, Cavaco iniciou as conversas formais sobre a formação de governo com os partidos mais à esquerda do Parlamento: os Verdes, o Bloco de Esquerda e o Comunista.
Nesta quarta-feira, ele deve fechar os contatos com CDS-PP, PS e PSD e depois disso é esperada que anuncie a designação de Passos Coelho, de 46 anos.
A nova emissão desta quarta-feira, para qual existe a expectativa de ao menos 750 milhões de euros, pode representar outro marco em matéria de juros.
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