Em uma coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (10/03), o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, afirmou que a Organização dos Estados Americanos (OEA) deveria “desaparecer”.
O comentário surgiu em meio a uma pergunta de uma jornalista mexicana sobre declarações anteriores do mandatário a respeito do conflito entre o seu país e o Peru [já que o governo mexicano ainda reconhece o presidente destituído Padro Castillo como mandatário legítimo da nação sul-americana].
Sem citar o organismo com sede em Washington, Obrador reclamou do papel dessa “organização paralisante que está a serviço dos grupos de interesses”.
A jornalista, então, perguntou se o mandatário sugeria alguma reforma, mas sequer conseguiu completar a questão, já que Obrador a interrompeu dizendo “não, o que eu recomento é que a OEA desapareça, não serve para nada”.
Presidência do México
Obrador questionou o papel desempenhado pela OEA como organismo de integração regional
“Vocês sabem dizer uma coisa boa que a OEA fez? O único que ela fez é apoiar todos os atos autoritários contra governos legítimos, legais e populares na América Latina”, completou o mandatário mexicano.
#VideosLaJornada El presidente @lopezobrador_ criticó el “injerencismo” de la Organización de Estados Americanos (@OEA_oficial) “que está al servicio de intereses creados”. Y, una vez más, propuso su desaparición.
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— La Jornada (@lajornadaonline) May 10, 2023
Em seguida, Obrador questionou as resoluções recentes da OEA, para argumentar que essas medidas levaram a uma perda de credibilidade desta como organismo de integração regional.
O presidente mexicano citou como exemplo o informe que a entidade publicou após as eleições na Bolívia em outubro de 2019, onde denunciou a existência de uma suposta fraude e terminou sendo usado pela oposição de direita e as Forças Armadas do país para justificar o golpe de Estado que derrubou o presidente democraticamente eleito Evo Morales, um mês depois [posteriormente, o relatório da OEA foi desmentido por diversas casas de estudos e universidades, até mesmo dos Estados Unidos].
“[A OEA] já não tem mais nenhuma autoridade, nem autoridade moral e tampouco autoridade política”, concluiu Obrador.
(*) Com informações do La Jornada e de RT