A Corporação Nacional Nigeriana de Petróleo (NNPC), uma empresa estatal estatal, anunciou nesta terça-feira (01/09) que vai usar drones para combater o roubo de petróleo. Além disso, vai ceder equipamentos à Marinha do país para fazer patrulhas na região dos oleodutos. A ideia do diretor do NNPC, Emmanuel Ibe Kachikwu, é “acabar” com os roubos em oito meses.
Para Kachikwu, a preocupação vai além do prejuízo financeiro: segundo ele, as tentativas de roubo também geram vazamentos que prejudicam a população litorânea. No início deste ano, a Shell, maior empresa petrolífera em operação na Nigéria, pagou uma indenização de US$ 83,5 milhões (mais de R$ 300 milhões) para a comunidade pesqueira do delta do rio Níger por conta de um vazamento.
As comunidades ribeirinhas, por outro lado, argumentam que os roubos e os vazamentos acontecem por incapacidade das próprias empresas de tomar conta de seus dutos.
Flickr/SU
Shell teve que pagar indenização de mais de R$ 300 milhões por vazamento de petróleo às margens do rio Níger
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O diretor da NNPC afirmou que irá “aproximar” a companhia da população, para que esta ajude no monitoramento. “Nós estamos tentando criar incentivos suficientes para que vejam os oleodutos como sendo deles”, disse.
O uso de drones é uma medida excepcional no país. As aeronaves não tripuladas não foram utilizadas, por exemplo, para tentar encontrar as 200 meninas sequestradas pelo grupo terrorista Boko Haram. Os esforços limitaram-se a buscas organizadas pelo Exército.
A venda de petróleo representa 80% da economia nigeriana. O governo estima que 250.000 barris de petróleo são perdidos devido a roubos diariamente. Com o custo do barril de petróleo a aproximadamente US$ 44 (por volta de R$ 165), isso significa uma perda de 11 milhões de dólares (mais de R$ 40 milhões) por dia.