Uma carta pública dirigida a Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, assinada por diversas personalidades norte-americanas e de outras partes do mundo pedindo o fim das sanções contra Cuba, principalmente após o incêndio industrial em Matanzas, foi publicada nesta quarta-feira (10/08).

A petição endereçada a Biden é assinada por Roger Waters, Helen Yaffe, Jennifer Ponce, Jeremy Corbyn, Jia Hong, Jodie Evans, Judith Butler e a reverenda Liz Theoharis exige que Washington dê fim em todas as medidas coercitivas unilaterais que impeçam Cuba, direta ou indiretamente, de receber ajuda médica, humanitária e ambiental. 

Assim como, de receber assistência financeira e de outra natureza de outras nações ou organizações de dentro dos Estados Unidos.

A carta diz que, “agora mais do que nunca, é hora de escrever uma nova página nas relações EUA-Cuba”, para a qual “pedimos urgentemente que vocês rejeitem publicamente as políticas cruéis implementadas pela gestão Trump que já criaram tanto sofrimento entre o povo cubano”.

O texto lembra que na última sexta-feira (05/08) uma grande instalação de armazenamento de petróleo em Matanzas, localizada a 130 km de Havana, foi atingida por um raio, o que resultou em uma explosão e incêndios subsequentes de difícil controle, que deixaram feridos e pessoas desaparecidas, incluindo bombeiros.

Também signatários como Brian Becker, Cindy Weisner, Claudia De la Cruz, Cornel West, David Adler, David Harvey, Gabriel Rockhill e Gail Walker lembram que “este incêndio, o maior da história de Cuba, vem à medida que Cuba está passando por uma crise energética devido ao aumento dos custos globais de combustível e ao envelhecimento da infraestrutura”.

O documento ainda afirma que o incêndio no tanque de petróleo, sem dúvida, “só irá exacerbar ainda mais as quedas de energia que os cubanos sofrem durante este verão [porque] os recursos que o governo será obrigado a dedicar em resposta a desastres também terão um impacto negativo no bem-estar geral da população em meio às sanções impostas pela administração Trump”, que continuaram com o governo de Biden.

Como parte do grupo de personalidades signatárias, Manu Karuka, Gerald Horne, Gina Belafonte, Phillip Agnew, Robin DG Kelly e Roxanne Dunbar-Ortiz, dizem que, o governo dos Estados Unidos “fez muito pouco para ajudar o povo de Cuba em sua época de maior necessidade” e denunciam que as sanções “alimentam os incêndios” que assolam a ilha.

O apelo, publicado no site “Let Cuba Live” também traz as assinaturas de Ruth Wilson Gilmore, Salvatore Engel-Di Mauro, Seun Kuti, Manolo De Los Santos e Yasemin Zahra.

“Cuba é nossa vizinha! É inconcebível, especialmente durante um trágico acidente, bloquear as remessas e o uso de instituições financeiras globais por parte de Cuba, dado que o acesso ao dólar é necessário para importar alimentos e remédios”, afirmam os signatários.

Neste sentido, eles alegam que esta mudança de política deverá incluir a remoção de Cuba da lista de países patrocinadores do terrorismo internacional. Apesar dos apelos de Havana, desde o último sábado (06/08), o governo dos Estados Unidos se limitou a oferecer “assistência técnica” por telefone.

(*) Com Telesur.