O governo da Coreia do Norte deu indícios nesta terça-feira (28/05) que pode reabrir o complexo industrial de Kaesong – fechado desde abril em função do clima de tensão com Seul e os Estados Unidos.
Pyongyang, por meio da Comissão para Reunificação Pacífica da Coreia, deseja negociar com empresários sul-coreanos a volta das atividades no local. “Demos autorização para a visita (de empresários da Coreia do Sul) e admitimos discutir o fornecimento de produtos no complexo industrial”, informa uma nota oficial divulgada pela agência de notícias sul-coreana Yonhap.
Apesar de não ser uma organização governamental, a Comissão para a Reunificação Pacífica da Coreia representa os interesses de Pyongyang em Kaesong, um projeto conjunto criado e gerido pelos dois países desde dezembro de 2004. O presidente da instituição, Hong Yang-ho, foi vice-ministro da Unificação da Coreia do Norte.
Agência Efe
Divisa entre Sul e Norte na península coreana: Kaesong é o principal ponto de comunicação entre as Coreias
O complexo industrial foi encerrado em abril, depois que Pyongyang ordenou a retirada dos seus 53.000 trabalhadores e de ter proibido a entrada dos funcionários do Sul. A medida foi uma resposta ao que os norte-coreanos consideraram ser as ameaças de Seul e Washington à sua segurança nacional. Na ocasião, os aliados fizeram testes militares conjuntos na península coreana.
No total, 123 empresas sul-coreanas fabricam diversos produtos no complexo industrial de Kaesong com a mão de obra dos trabalhadores do Norte.
NULL
NULL
Segundo informações da Agência Efe, poucos dias após a Coreia do Norte solicitar à China o reinício das negociações sobre sua desnuclearização, o governo norte-coreano afirmou hoje (28) que não abandonará seu programa de armas atômicas enquanto as “incessantes ameaças” dos Estados Unidos prosseguirem.
“Devido às incessantes ameaças nucleares de Washington, Pyongyang não abandonará unilateralmente seu poder de dissuasão”, disse em editorial o jornal Rodong Sinmun, do Partido dos Trabalhadores, braço político da administração de Kim Jong-un.
O texto pediu aos EUA que retirem as “equipes de guerra nuclear da Coreia do Sul e seus arredores” e abandone a “política hostil” em direção ao seu país se realmente deseja a paz na península coreana.