O vice-presidente do Partido dos Trabalhadores de Coreia do Norte, Choe Ryong-hae, disse neste sábado (15/04), durante o desfile militar em Pyongyang que celebra o 105º aniversário do fundador do país, Kim Il-Sung, que o povo norte-coreano está “preparado para a guerra” contra os Estados Unidos com armas nucleares.
“Estamos completamente preparados para enfrentar qualquer tipo de guerra com nossas armas nucleares se os EUA atacarem a península da Coreia”, disse o considerado número dois do governo, em seu discurso pronunciado durante a exibição militar.
Durante o desfile do “Dia do Sol”, presidido pelo líder Kim Jong-un, o Exército norte-coreano mostrou seu arsenal, incluindo vários mísseis balísticos, entre os quais encontrava-se um possível novo projétil de alcance intercontinental.
“Se os EUA fizerem provocações imprudentes contra nós, nossa força revolucionária contra-atacará num instante com um ataque aniquilador e responderemos a uma guerra total com guerra total e a ataques nucleares com nosso próprio arsenal atômico”, disse Choe.
Fotos: Agência Efe
Desfile em comemoração a 105ª aniversário de Kim Song-Il aconteceu em Pyongyang
Ele também acusou os EUA de posicionar armas nucleares no sul da península coreana, “o que está criando uma situação muito tensa que ameaça a paz e a segurança não só da região, como também do mundo inteiro”.
Washington decidiu enviar recentemente um porta-aviões nuclear à península da Coreia em resposta aos lançamentos de mísseis de Pyongyang e Washington, e chegou a insinuar que estuda a possibilidade de um ataque preventivo para frear os avanços armamentistas de Pyongyang.
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“Os imperialistas estão tentando isolar nosso povo onde as pessoas só querem viver em paz”, assegurou o vice-presidente do Partido dos Trabalhadores.
“Ataque preventivo”
O presidente dos EUA, Donald Trump, prepara um “ataque preventivo” com armas convencionais contra a Coreia do Norte, caso o Pentágono se convença de que Pyongyang está preparando um teste nuclear. A informação é da emissora de TV NBC, que cita fontes da inteligência norte-americana.
Armas norte-coreanas foram exibidas durante desfile
Os EUA posicionaram um porta-aviões de propulsão nuclear e navios militares na península da Coreia, em mais um episódio da escalada na tensão entre os dois países, e têm adotado uma postura agressiva na política externa nos últimos dias, com bombardeios na Síria e no Afeganistão.
O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, disse que o país está preocupado com a atual tensão na península coreana. “Existe a sensação de que o conflito pode começar a qualquer momento. Acho que todas as partes envolvidas devem manter alta a vigilância sobre essa situação”, disse.
Pequim se diz favorável a qualquer tentativa de diálogo. Para Yi, em uma eventual guerra entre EUA e Coreia do Norte, “não haverá vencedores”. “Pedimos para todas as partes pararem com as provocações e ameaças e não permitirem que a situação se torne irreparável ou fora de controle”, pediu Wang em uma coletiva de imprensa com o chanceler francês, Jean-Marc Ayrault.
A imprensa chinesa informou nesta sexta que voos entre Pequim e Pyongyang operados pela Air China serão suspensos a partir de segunda-feira (17/04).
A Rússia, apesar dos seus próprios conflitos atuais com os EUA, também demonstrou preocupação com a situação e está acompanhando os fatos. “É com grande preocupação que seguimos a escalada de tensão na península coreana. Pedimos que todos os países dêem provas de moderação”, disse o Kremlin, de acordo com a agência Tass.
Um dos maiores aliados dos EUA na Ásia, o Japão já começou a analisar as possibilidades de uma guerra. “Estudamos qualquer possiblidade de ação para responder à crise”, disse o vice-chanceler Han Song-ryol.
(*) Com Efe