Atualizado às 13h31
A Coreia do Norte anunciou neste domingo (07/02) que realizou com sucesso o lançamento de um foguete de longo alcance e colocou em órbita um satélite espacial, o que provocou diversas reações da comunidade internacional.
EUA, Japão e Coreia do Sul viram o lançamento como um teste balístico secreto. Resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas proíbem o país de realizar qualquer teste com tecnologia de mísseis.
U.S Missile Agency/FlickCC
Lançamento de míssil de longo alcance da Coreia do Norte alarmou comunidade internacional
Pyongyang já havia anunciado o lançamento de um foguete de longo alcance, antecipado para ser feito entre este domingo e 14 de fevereiro, ao invés do período inicialmente divulgado a várias organizações internacionais, que ia desde o dia 8 a 25 deste mês.
Acredita-se que o foguete lançado tenha capacidade de alcance de mais de 10 mil quilômetros, o que bastaria para chegar aos Estados Unido.
A China, principal aliada da Coreia do Norte, chegou a lamentar o lançamento por meio de um comunicado oficial, divulgado pela agência local Xinhua.
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A presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, convocou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU para tratar o assunto. A reunião dos 15 membros do CS ainda pode acontecer neste domingo às 11h (horário local, 14h em Brasília), declararam fontes oficiais à agência sul-coreana Yonhap.
EUA e Japão também apresentaram solicitações similares ao organismo executivo das Nações Unidas em Nova York.
Agência Efe
Seul realizou reunião de emergência entre ministro da Defesa e Forças Armadas para comprar escudos antimísseis
O governo dos Estados Unidos ainda disse que tomará “todas as medidas necessárias” para defender sua segurança e a de seus aliados perante as “provocações” do regime de Pyongyang.
Em comunicado, a principal assessora de segurança nacional do presidente Barack Obama, Susan Rice, pediu à comunidade internacional para permanecer unida para demonstrar à Coreia do Norte que suas ações “devem ter graves consequências”.
França e Reino Unido também condenaram as atividades da Coreia do Norte. O presidente francês, François Hollande pediu “uma reação rápida e severa da comunidade internacional” durante a reunião de emergência do Conselho de Segurança. O governo britânico por sua vez afirmou que “trabalharemos com nossos aliados e parceiros para nos assegurarmos que haverá uma resposta robusta se a Coreia continuar violando as resoluções da ONU”.
A Rússia, que já havia tentado impedir o lançamento do foguete, protestou contra a ação de Pyongyang. “O rumo que Pyongyang tomou só pode provocar um firme protesto”, informou a Chancelaria russa em comunicado, no qual acusa a Coreia do Norte de “menosprezo do direito internacional”.
Agência Internacional de Energia Atômica
O diretor-geral da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), Yukiya Amano, afimou que a situação nuclear na Coreia do Norte continua muito preocupante. Além do foguete, o país asiático realizou um teste com a bomba de hidrogênio em janeiro.
Amano disse que o país não está cumprindo suas obrigações derivadas das resoluções do Conselho de Segurança e lembrou que, desde abril de 2009, a AIEA não tem inspetores no território da Coreia do Norte devido à decisão de Pyongyang de acabar com a cooperação com a agência.
“Mas, na sede da AIEA em Viena, mantemos nossa capacidade, nossa equipe, de forma que podemos retornar à Coreia do Norte a qualquer momento, quando for fechado um acordo político”, disse o diretor-geral.
“Não podemos ser otimistas. A situação continua sendo muito preocupante. Mas devemos conservar a esperança e tentar resolver o problema através do multilateralismo e do diálogo”, argumentou.
*com Agência Efe