O presidente equatoriano, Rafael Correa, pediu nesta quarta-feira a união de todos os setores da sociedade, mas disparou críticas à imprensa e à oposição em seu relatório anual à nação apresentado na Assembleia Nacional.
Diante de um plenário sem a presença de opositores, Correa deixou claro que suas intenções de transformar o país são sérias e que manterá a ofensiva contra a imprensa opositora ao governo. Nesta quarta-feira, cinco jornais estamparam em primeira página um pedido de “liberdade de expressão”.
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O presidente não descartou a possibilidade de voltar a convocar consultas populares como as de maio para aprovar assuntos importantes para o Estado, assim como a denominada “morte cruzada”, que permitirá a ele dissolver o legislativo e convocar eleições antecipadas, às quais ele poderia apresentar-se.
Ele também não desperdiçou a oportunidade de criticar a imprensa que questiona sua gestão, a que costuma classificar como “corrupta e medíocre” e acusa de ser um poder fático reticente às mudanças do país.
Admitiu, no entanto, que para a transformação “radical, profunda e rápida” que realiza por meio da “revolução cidadã” precisa da participação de outros atores sociais e por isso convocou a união nacional com setores progressistas.
Sua proposta referiu-se aos antigos aliados indígenas, aos trabalhadores e aos empresários honestos, pois deu por certo que com outros setores opositores “será impossível dialogar”.
Além de aludir à possibilidade de novas consultas populares como a que ganhou em 7 de maio, mencionou que está disposto a submeter sua vontade ao povo, se a oposição frear as leis que necessárias ao seu projeto.
Os pilares são bases de sua gestão que ainda procura mudar as relações de poder no país. O presidente sugeriu a abertura de um debate sobre o papel da imprensa e propôs refletir sobre vários aspectos que para ele são chaves para regular os abusos de certos órgãos de imprensa.
Criticou as empresas de comunicação para divulgar seus conteúdos e disse que os meios de comunicação se defendam na tolerância para justificar seus excessos.
”Toda pessoa tem direito à liberdade de expressão”, incluído o presidente do país, acrescentou Correa, quem definiu como absurdo reivindicar tolerância na América Latina, que o que precisa é “a verdade”.
Para ele, a América Latina foi muito tolerante com a corrupção e os abusos e por isso convocou aos povos da região a ter “tolerância zero contra as mentiras”.
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