Em visita pastoral a Nápoles neste sábado (21/03), o papa Francisco fez uma dura crítica à máfia e à corrupção, pedindo para os moradores locais reagirem à presença da Camorra, que atua na região sul do país. “A corrupção fede e a sociedade corrupta fede. Um cristão que deixa a corrupção entrar em si, não é cristão, fede”, afirmou o Papa, logo ao chegar ao bairro de Scampia, pela manhã.
“Nenhum de nós pode dizer 'nunca serei corrupto'. É uma tentação, um escorregão em direção ao dinheiro fácil, à delinquência, à corrupção. Há tanta corrupção no mundo!”, acrescentou.
Agência Efe
Para Francisco, corrupção “fede” e precisa ser combatida
Scampia é um bairro periférico do norte de Nápoles e tradicionalmente ligado à Camorra, organização mafiosa que atua na venda de drogas e de comércio ilegal.
Em seguida, ao celebrar uma missa para cerca de 60 mil pessoas na Praça do Plebiscito, um dos pontos mais famosos de Nápoles, o papa pediu que a população reagisse e que os mafiosos se convertessem a Deus.
“Caros napolitanos, não deixem que roubem suas esperanças. Não cedam à tentação de dinheiro fácil. Reajam com firmeza às organizações que se aproveitam e corrompem os jovens, os pobres, os necessitados, com o cínico comércio da droga e com outros crimes. Não deixem que a juventude seja aproveitada por essa gente”, criticou Francisco.
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Durante a visita à Nápoles, o líder da Igreja Católica também ouviu relatos de uma imigrante filipina e de um italiano desempregado, representando dois outros problemas que atingem o sul da Itália: imigração e desemprego.
“Os imigrantes são como nós. Somos todos migrantes e filhos de Deus. Estamos todos no mesmo caminho. Se fecharmos as portas aos imigrantes, se tirarmos o trabalho e a dignidade deles, isso é corrupção”, afirmou o Papa.
Esta é a sétima viagem pastoral de Francisco a cidades italianas, em mais uma demonstração da preocupação do papa com as regiões sul do país, historicamente as que apresentam mais problemas econômicos e de marginalização.
Francisco chegou por volta das 7h50 locais a Pompeia e visitou o Santuário da cidade para rezar pela Virgem do Rosário. Em seguida, ele visitou o bairro de Scampia e se reuniu com a população local.
Na praça do Plebiscito, Francisco presidiu a celebração eucarística antes de visitar a penitenciária Giuseppe Salvia e almoçar com detentos. Ele se sentou à mesa com 12 presidiários, entre eles um argentino. Ao todo, 120 detentos participaram do almoço, alguns deles transexuais.