As Forças Armadas do Equador anunciaram nesta sexta-feira (04/10) que veículos militares estão disponíveis para realizar os transportes públicos em todo o país. O anúncio vem em meio à greve dos transportes por conta de um aumento no preço dos combustíveis implementados pelo governo do presidente Lenín Moreno.
Em comunicado, o Exército afirmou que, “a fim de manter a mobilidade e apoiar o normal desenvolvimento das atividades da população, [o Comando Conjunto] informa que os veículos das Forças Armadas prestarão serviços de transporte público aos cidadãos”.
O aumento no preço da gasolina e do diesel levou os sindicatos dos transportes a decretarem greve e diversos movimentos populares foram às ruas para protestar contra a medida do governo. Caminhoneiros de todo o país, motoristas de ônibus, taxistas e até condutores de vans escolares aderiram à paralisação.
✅Las #FFAA informan a la ciudadanía. #EstadoDeExcepción pic.twitter.com/j8ilfEmD5n
— FFAAEcuador (@FFAAECUADOR) October 4, 2019
Com a decisão do governo, o preço do galão da gasolina passou de 1,85 dólar para 2,22 dólares. Por sua vez, o galão do diesel, que custava entre 1 dólar e 1,37 dólar, subiu para 2,10 dólares.
Diante dos protestos, o presidente Lenín Moreno decretou nesta quinta-feira (03/10) estado de exceção no país por um período de 60 dias, “com o objetivo de resguardar a segurança da população e evitar o caos”.
FFAA Ecuador/Reprodução
Medida foi tomada após categorias dos transportes decretarem paralisação devido ao aumento no preço dos combustíveis anunciado pelo governo
Prisões
Na manhã desta sexta-feira, agentes da Polícia Nacional equatoriana prenderam o dirigente da Federação Nacional de Operadores de Transporte de Taxis do Equador (Fedotaxis), Jorge Calderón.
A prisão foi anunciada pela ministra do Interior do país, María Paula Romo, que justificou a detenção alegando que Calderón cometeu o “delito de paralização do serviço público”.
Além do dirigente da Fedotaxis, o secretário-geral do Sindicato de motorisrtas de Azuay, Mesías Vicuña, e o presidente da Câmara de Transportes, Manolo Solís, também foram detidos.
A Polícia Nacional do Equador ainda prendeu na noite desta quinta-feira (03/10) duas lideranças indígenas. Segundo a Confederação de Nacionalidades Indígenas da Amazônia Equatoriana (Confeniae), Marlon Santi, coordenador nacional do movimento Pachakutik, e Jairo Gualinga, dirigente da junventude do movimento, foram presos de forma arbitrária e sem motivos.
“Rechaçamos a detenção seletiva de líderes sociais e responsabilizamos María Paula Romo e Lenín Moreno pela integridade deles”, afirmou o movimento.