O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, se reuniu nesta terça-feira (04/12) com os principais diretores de jornais britânicos para cobrar a “urgente” implementação de um novo organismo regulador da imprensa, que seria responsável por avaliar e fiscalizar a conduta dos veículos de comunicação do país.
Agência Efe
Cameron e o empresário Rupert Murdoch têm sido alvo de protestos em favor da regulamentação da imprensa britânica
No encontro, que também contou com a presença da ministra da Cultura, Maria Miller, o chefe do Executivo defendeu que esse novo sistema regulador deve se basear nas recomendações do chamado relatório Leveson, apresentado na semana passada.
A investigação do juiz Brian Leveson, nomeado para o caso pelo próprio Cameron, foi instaurada após o escândalo das escutas ilegais, que culminou no fechamento do dominical News of the World, de Rupert Murdoch.
Na última semana, como resultado da investigação, o magistrado apresentou um documento de 2 mil páginas para propor a criação de um organismo independente e amparado pela lei para cuidar da ética da imprensa, muito criticada após os escândalos das escutas. A entidade regulamentadora citada no relatório de Leveson teria, inclusive, competência para multar os jornais.
Nos dias seguintes à divulgação do relatório, o primeiro-ministro britânico foi acusado de ignorar as recomendações de Leveson e passou a ser pressionado por vítimas de abusos da imprensa. O Partido Trabalhista, de oposição, e os liberais-democratas, que formam parte da coalização governista, também estão insatisfeitas com a resistência de Cameron em criar uma lei que regulamente o novo órgão.
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Após o encontro de hoje em Downing Street, o premiê publicou uma mensagem em sua conta pessoal do Twitter para comunicar que havia expressado a necessidade dos diretores de jornais “estabelecerem um órgão regulador independente de forma urgente”. Neste aspecto, Cameron ainda alertou que “o tempo está correndo” para pressionar os diretores.
O líder conservador considerou que os diretores da imprensa nacional “devem articular esse órgão com intenção de atender todos os requisitos do relatório Leveson”, o que implicaria “multas milionárias, investigações adequadas sobre queixas, desculpas profusas, ou seja, um sistema duro de regulação independente”.
Na reunião de hoje estiveram presentes o diretor do The Sun, Dominic Mohan; Peter Wright, do Mail on SundayDaily Telegraph, e James Harding, do The Times, entre outros.
(*) com agência Efe