A morte da ex-primeira-ministra conservadora Margaret Thatcher na manhã desta segunda-feira (08/04), vítima de um derrame aos 87 anos, foi lamentada por seus colegas de partido e pela oposição trabalhista. Mas ativistas demonstraram toda sua decepção com as políticas da “Dama de Ferro” ao marcar uma festa para Trafalgar Square, centro de Londres.
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Militantes anti-thatcheristas do movimento “Luta de Classes” (Class War) estão promovendo o evento. “Se você quer celebrar a morte da mulher mais odiada do Reino Unido, veremos você lá”, diz o convite. A festa deve acontecer no sábado com venda de posters e adesivos. “Traga champanhe, fogos de artifício, roupas de festa e venham”, afirma.
“Quem não estava lá nos anos 1980 e sofreu com a destruição do Reino Unido sob Margaret Thatcher nunca vai entender o ódio mortal que sentíamos por ela”, escreveu o jornalista e ativista Andy Worthington, que apoia a iniciativa da festa.
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“Seus sucessores espirituais, [Tony] Blair e [David]Cameron/George Osborne continuaram com a destruição miserável da sociedade, mas ela quem começou – matando a indústria, promovendo a ganância como única medida da existência humana e retirando barreiras necessárias ao setor financeiro”, continuou.
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A ideia da festa coincide com uma iniciativa do governo britânico de dar ao funeral de Thatcher uma cerimônia semelhante à da morte da Rainha Elizabeth e da Princesa Diana. Articulistas da imprensa britânica afirmam que a iniciativa pode causar uma série de distúrbios na cidade.
O Reino Unido passa por um longo período de austeridade e cortes em benefícios sociais. Um petição online contra a cerimônia já conta com mais de 5 mil assinaturas.
‘Direitista machona’
Um dos mais ferrenhos oposicionistas de Thatcher, o ativista de direitos humanos britânico Peter Tatchell afirmou que “lamenta, como seria com a morte de qualquer pessoa”. “Mas ela não mostrou qualquer empatia com as vítimas de suas políticas duras e cruéis”, escreveu.
De acordo com ele, defensor da causa LGBT, “Thatcher foi uma mulher extraordinária, mas principalmente pelos motivos errados”. “Ela emasculou o governo local e as liberdades civis. Ela quebrou a barreira do sexismo na política. “Mas fez muito pouco para os direitos da mulher. Uma direitista machona”, continuou Tatchell.