Um comboio de ajuda humanitária da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho não conseguiu entrar no bairro de Baba Amr, em Homs, na Síria. Reduto da oposição ao governo de Bashar al Assad, o local é foco dos conflitos entre os rebeldes e as forças de segurança oficiais. Na quinta-feira (01/03), a Síria havia permitido a entrada da Cruz Vermelha no local, mas, um dia depois, militares não liberaram a entrada do grupo, segundo informou a própria CICV.
Não houve uma justificativa clara para o bloqueio. Segundo a organização, os responsáveis pela negativa disseram que o território “ainda não estava seguro”. Cogitou-se que os oficiais estão preocupados com a existência de bombas ou armadilhas no local. Há acusações, por parte da oposição, de que as forças de Assad estão tentando retirar de Baba Amr provas de execuções sumárias.
O presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Jakob Kellenberger, declarou, através de comunicado, que é “inaceitável que pessoas que precisam de assistência de emergência nas últimas semanas ainda não tenham recebido nenhuma ajuda”.
Sete caminhões levavam alimentos, cobertores e remédios para atender os civis que permanecem no bairro depois de quase um ano de conflitos concentrados na cidade de Homs. A Cruz Vermelha tem de fazer um levantamento ainda do número de pessoas que ainda estão no local, e quais são suas necessidades.
“Nossos colegas do Crescente Vermelho sírio estavam distribuindo alimentos e prestando assistência em outras áreas de Homs, diariamente, esperamos conseguir fazer o mesmo em Baba Amr”, afirmou o porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Sean Maguire, à BBC, antes do comboio receber a negativa da entrada.
O presidente da CICV informou que o comboio vai passar a noite na cidade de Homs, esperando poder entrar em Baba Amr “em um futuro próximo”.
No último mês, Baba Amr sofreu uma série de bombardeios. Um dos ataques foi responsável pela morte de dois jornalistas. Na quinta-feira, as forças de segurança da Síria retomaram o controle de bairro. O Exército Livre Sírio, grupo rebelde, declarou ter retirado suas tropas do bairro “por motivos estratégicos”. Segundo as Nações Unidas, já passa de 7.500 o número de pessoas mortas no conflito sírio.
NULL
NULL
NULL