A difícil situação de dezenas de milhares de pessoas que sofrem com os
conflitos na Colômbia piora a cada ano e se tornou “invisível”,
informou o Comitê Internacional da Cruz Vermelha no relatório anual
divulgado nesta segunda-feira (26/4).
Segundo a instituição, que tenta dar assistência aos
refugiados e trabalhar com o exército e com a guerrilha, afirma que
pouco se sabe sobre a maioria destas tragédias, afirmou a instituição.
Além da dificuldade para acompanhar a vida das pessoas que fogem para
escapar do conflito entre governo e guerrilheiros, outra razão por que
há pouca informação sobre o tema é a abordagem razão são as
dificuldades para estudar a tema é pouco abordado. Muitas precisam fugir e vivem sob constante ameça de
morte. Muitos morrem, ficam feridos ou são vítimas de violência sexual.
As comunidades indígenas e afrodescendentes, o sul e a costa pacífica
do país são as regiões mais afetadas pelo conflito armado: Antioquia,
Arauca, Caquetá, Cauca, Chocó, Córdoba, Guaviare, Huila, Meta, Nariño,
Putumayo, Tolima e a região de Catatumbo.”Estávamos em casa e de repente ouvimos tiros”, contou
María, que há pouco tempo fugiu do sul do país. “Quando olhamos para o
pátio, vimos meu irmão morto, caído no chão. Apenas nos deixaram
enterrá-lo e depois nos obrigaram a sair do povoado. Quem imagina o que
poderia ter acontecido conosco se tivéssemos ficado aí!”. Em
2009, os delegados do CICV registraram cerca de 800 “violações ao
Direito Internacional Humanitário”, ou seja, 28 casos de homicídio, 61
ataques diretos contra os civis e 84 casos de pessoas desaparecidas por
motivos relacionados com o conflito armado. As ameaças de morte são uma
das razões pelas quais as pessoas abandonam seus lugares de residência.Segundo a própria instituição, no ano passado, o CICV
arcou com as despesas de transferência para regiões mais seguras para
cerca de 400 pessoas que haviam recebido esse tipo de ameaça,
fornecendo, por exemplo, pacotes de alimentos, artigos de primeira
necessidade e de higiene. Quando as pessoas têm que abandonar a
moradia, geralmente, perdem tudo. Por
se sentirem ameaçados pelos combatentes, poucos voltam a seus povoados,
uma das razões pelas quais o número tem aumentado a cada ano.
Oficialmente, subiu para mais de 3.3 milhões, um dos mais elevados do
mundo, informou o relatório. Com 7,3% da
população nesta condição, a Colômbia é o segundo país com maior número
de refugiados
internos, depois apenas do Sudão. Além
das ameaças e violações, para Christophe Beney, delegado da Cruz
Vermelha na Colômbia, outra forma de violência que preocupa são as
execuções dos falsos positivos, como são chamados os civis inocentes
mortos pelas forças armadas colombianas para serem apresentados como
guerrilheiros. Assim, o exército aumenta o número de combatidos.Segundo um relatório da procuradoria-geral da Colômbia
de outubro do ano passado, mais de 2 mil os jovens colombianos morreram
desta maneira. Entre eles, 59 menores de idade e 122 mulheres. A
maioria dos crimes investigados pela promotoria ocorreu a partir de
2002. O fenômeno foi dobrando ano a ano, para alcançar o ápice de
homicídios em 2007, ano em que foi cometido um terço deles. Nos últimos anos, os dispositivos explosivos de
fabricação artesanal e os resíduos explosivos de guerra nas
proximidades dos assentamentos e das terras cultiváveis também têm
representado um perigo cada vez maior para milhares de pessoas, pois
causaram mortes, ferimentos graves e uma difícil situação econômica.
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