O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodriguez, disse nesta sexta-feira (20/08) que o governo norte-americano “não tem autoridade moral” para penalizar funcionários da ilha.
A declaração do chanceler acontece após os Estados Unidos terem anunciado novas sanções contra dirigentes cubanos nesta quinta-feira (19/08).
“Rejeitamos com persistência o desejo norte-americano de atacar Cuba e a população cubana, além de reforçar o bloqueio econômico”, declarou Rodriguez no Twitter.
A nova medida punitiva dos EUA mira dois funcionários do alto escalão do Ministério da Defesa cubano, Roberto Legrá Sotolongo e Andrés Laureano Gonzáles Brito, além de um outro funcionário do Ministério do Interior, Abelardo Jiménez González.
Legrá é chefe de Operações das Forças Armadas Revolucionárias, González comanda o Exército Central, e Jimenez dirige as penitenciárias cubanas.
De acordo com nota da diretora do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros, Andrea Gackim, as sanções foram impostas porque “o Departamento do Tesouro vai continuar responsabilizando aqueles que permitiram que o governo de Cuba perpetuasse abusos dos direitos humanos”.
Bruno Rodriguez/Twitter
pelo Twitter, chanceler Bruno Rodriguez rechaçou medida norte-americana contra a ilha
Essa já é a quarta rodada de sanções contra Cuba desde 11 julho, dia em que algumas cidades da ilha socialista registraram protestos por conta da crise econômica vivida no país, que resulta em parte do bloqueio econômico existente desde os anos 1960, e agravada pela pandemia da covid-19.
Por sua vez, o governo de Cuba acusa os norte-americanos de estarem por trás das manifestações.
Os EUA já haviam aplicado sanções inclusive contra o ministro da Defesa de Cuba, Alvaro López Miera, e contra membros da polícia do país latino.
As sanções impedem que os afetados tenham ativos sob jurisdição norte-americana ou façam transações financeiras por meio do sistema bancário dos EUA – no poder desde janeiro, o presidente Joe Biden tem adotado uma linha dura contra o regime cubano, assim como já havia feito seu antecessor, Donald Trump.
Há um mês, o ministro das Relações Exteriores de Cuba chegou a dizer que o governo dos Estados Unidos exerce o que classificou de “pressão brutal” sobre outros países para que se pronunciem contra a ilha.
“Denuncio que o governo dos Estados Unidos exerce uma pressão brutal contra governos de terceiros países, especialmente os da América Latina, para obrigá-los a fazer declarações condenatórias contra Cuba”, disse o chanceler no Twitter.
(*) Com Ansa.