A Nasa (National Aeronautics and Space Administration) enviou ao espaço sideral em 20 de agosto de 1977 um foguete não tripulado carregando uma mensagem em formato de registro fonográfico com informações sobre a Terra. O objetivo da empreitada da Nasa era estabelecer comunicações com extraterrestres.
O aeronave de 850 quilos, batizada de Voyager II, foi lançada pela Nasa do Cabo Canaveral, na Flórida. Era a primeira de duas naves espaciais lançadas naquele ano, como, segundo a imprensa reportou à época, um “Grande Tour” a planetas distantes, organizado para coincidir com um raro alinhamento de Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.
A bordo do Voyager II seguia um fonógrafo de cobre de 30 centímetros chamado de “Sons da Terra”. Com a intenção de ser uma espécie introdutória de cápsula do tempo, a gravação incluía saudações em 60 idiomas e informações científicas acerca da Terra e da raça humana, assim como música clássica, jazz e rock and roll, sons da natureza como o trovão e as ondas do mar, além de mensagens gravadas do presidente Jimmy Carter e outros líderes mundiais.
Invenção do astrônomo Carl Sagan, o disco foi enviado com o Voyager II e sua nave gêmea a Voyager I — lançada duas semanas mais tarde — na vaga esperança que pudesse um dia ser descobertas por seres extraterrestres. O disco foi lacrado num estojo de alumínio, que poderia mantê-lo intacto por um bilhão de anos, junto com instruções de como fazê-lo funcionar.
Mais importante, as duas naves Voyager foram projetadas para explorar o longínquo sistema solar e enviar informações e fotografias dos planetas mais distante da Terra. Nos 12 anos subsequentes, a missão provou ser um fantástico sucesso.
Após ambas as espaçonaves terem voado em torno de Júpiter e Saturno, a Voyager I viajou em direção ao limite do sistema solar enquanto o Voyager II visitou Urano, Netuno e finalmente Plutão em 1990 antes de zarpar para juntar-se a sua nave gêmea nos extremos do sistema solar.
Graças ao Programa Voyager, os cientistas da Nasa ganharam uma enormidade de informações acerca dos planetas distantes, inclusive fotografias de curta distância dos sete anéis de Saturno; evidência da existência vulcões em erupção em algumas das 22 luas dos 4 planetas; ventos de mais de 250 quilômetros por hora em Netuno; medições dos campos magnéticos de Urano e Netuno.
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Foguete não tripulado carrega registro fonográfico com informações da Terra
A intenção era de que os dois veículos espaciais continuassem enviando dados até 2020 ou até que suas fontes de plutônio como força de energia deixassem de funcionar.
Agora devem continuar a navegar pela galáxia por milhões de anos a fio a menos que sobrevenha alguma inesperada colisão — ou a tão aguardada interceptação extraterrestre.
Telegrama que rodou a Terra em 1911
Exatos 66 anos antes, em 20 de agosto de 1911, um telegrafista dos escritórios do jornal The New York Times despachou o primeiro telegrama em torno do mundo via serviço comercial.
O New York Times decidiu enviar seu telegrama de 1911 a fim de determinar quão rápido uma mensagem comercial poderia circular em torno do planeta por meio de cabo telegráfico. A mensagem em que simplesmente se podia ler “Essa mensagem está sendo enviada em torno da Terra” deixou a sala de despachos telegráficos situada no 17º andar do jornal em Nova York às 07h00 de 20 de agosto de 1911.
Após viajar mais de 45 mil quilômetros, sendo revezada por 16 diferentes operadores, através de São Francisco, Filipinas, Hong Kong, Saigon, Singapura, Bombaim, Malta, Lisboa e Açores, entre outras localidades, a resposta foi recebida pelo mesmo operador 16,5 minutos mais tarde.
Foi o tempo mais rápido alcançado por um cabograma comercial desde a abertura do cabo no Oceano Pacífico em 1900 pela Commercial Cable Company.
Também nesta data:
1940 – Leon Trotsky sofre atentado fatal no México
1963 – Sistema Dolby Stereo é lançado nos EUA
1993 – São acertados os últimos detalhes dos Acordos de Oslo