O ministro de Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, negou nesta quinta-feira (25/04) as acusações feitas pelos Estados Unidos de que forças militares da ilha estejam na Venezuela. A informação sobre a suposta presença consta de um documento do Departamento de Estado norte-americano.
“Cuba não possui tropas, tampouco militares, na irmã República Bolivariana da Venezuela”, disse o chanceler, que rechaçou o memorando que implica a ilha em um suposto desembarque de tropas na fronteira colombo-venezuelana.
Rodríguez chamou de “calúnia” as afirmações do órgão norte-americano de que os médicos cubanos que estão na Venezuela impedem o fornecimento de medicamentos à população.
“A calúnia que mais me indigna é a que atribui ter-se dito aos médicos cubanos, ao pessoal da saúde, para que fossem de porta em porta aos bairros pobres da Venezuela distribuindo medicamento e advertindo aos moradores que, se não votassem no governo, lhes seriam negados serviços médicos”, afirmou.
O diplomata também negou que Cuba tenha algum tipo de atuação na PDVSA (estatal petrolífera venezuelana) ou na Citgo (responsável pelas operações da empresa nos EUA.
O chanceler cubano responsabilizou a política externa do governo dos Estados Unidos pela instabilidade na Venezuela, afirmando que esta seria “uma ameaça para a região” e para a ilha. Além disso, o diplomata cubano chamou o assessor de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, de “mentiroso patológico”.
Helms-Burton
Bruno Rodríguez classificou de “impensáveis” as “agressões” do governo norte-americano contra o país, por meio da lei Helms-Burton. “Apesar da aplicação do título III da lei, que ainda não está gerando efeitos, estas são ações que causarão danos às entidades financeiras para asfixiar a economia, a fim de submeter o povo cubano a uma série de carências”, disse.
“Cuba responderá às agressões com uma maior amplitude em seus vínculos com todos os setores da sociedade estadunidense. Utilizaremos todas as ferramentas à nossa disposição para intensificar a comunicação e a relação cultural entre nossos povos.” O cubano também criticou novas sanções impostas contra empresas da ilha – cinco foram incluídas na lista, que contém cerca de 200 empreendimentos.
O chanceler fez um chamado à comunidade internacional a não “permanecer tranquilo frente às ações impunes sobre os países da região” por parte de Washington, além de exortar que, pelo bem de Cuba e da América Latina, órgãos como a ONU, a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), o Movimento de Países Não Alinhados (MNOAL) e outros ajam contra as políticas norte-americanas.
(*) Com teleSUR
Cancillería de Cuba
‘Cuba não possui tropas, tampouco militares, na irmã República Bolivariana da Venezuela’, disse chanceler Bruno Rodríguez