O mexicano Carlos Slim é atualmente o homem mais rico do mundo e um dos mais poderosos. Seu império reúne empresas de telecomunicações, fundos de investimentos de alto risco, loja de produtos de luxo e até ações do maior jornal norte-americano, o The New York Times. Slim foi a primeira pessoa de um país em desenvolvimento a liderar a lista de mais ricos do mundo da revista Forbes, em 2010. Apesar da riqueza e do império construído, procura manter uma vida longe dos holofotes e das revistas de fofocas.
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No México, o magnata é visto como um empresário bem-sucedido que mantém bom relacionamento com a política, apesar de não se aliar diretamente com nenhum grupo, e comprometido com o desenvolvimento nacional. Durante a crise que se abateu sobre o país na década de 1980, o empresário continuou realizando fortes investimentos, o que consolidou sua imagem de “arqueólogo das finanças”.
[Com 74 anos, Slim iniciou sua fortuna ainda jovem | Foto: Agência Brasil]
Veja abaixo os principais setores econômicos com presença de Slim
1) Telecomunicações
O magnata mexicano possui a rede de telecomunicações do país e é dono da maior companhia do setor no México, a América Móvil. Slim também tem participação nas maiores empresas do setor desde o Canadá até a Argentina. No Brasil, a rede de TV a cabo NET e a operadora Claro, segunda maior empresa de celulares do país, são controladas por ele.
Slim possui a título pessoal 8,2% das ações preferenciais, com direito a voto, da AT&T, uma das maiores companhias de telecomunicações do mundo, cujas vendas globais ultrapassam os US$ 125 bilhões anuais, de acordo com documentos da Securities and Exchange Commission do governo norte-americano.
2) Fundos de investimento
O mexicano também possui 2% das ações do BlackRock, uma das maiores instituições financeiras do mundo, que opera fundos de investimento de alto risco.
O grupo maneja recursos equivalentes a US$ 3,6 trilhões, valor três vezes maior que o PIB mexicano. Analistas especulam que o interesse de Slim pela companhia se deve ao fato de que ela controla quatro das dez empresas de mineração mais importantes da América Latina.
3) Jornalismo
Atualmente, Carlos Slim tem 8% das ações comuns do jornal norte-americano The New York Times. A partir de 2015, no entanto, esse número passará a 17%.
Flickr/ Omar Bárcena
Slim criou o museu Soumaya em homenagem à sua esposa Soumaya Domit, que morreu em 1999
Assim, o empresário mexicano e o grupo italiano Proto se converterão nos principais acionistas do diário, como informou a agência Efe em fevereiro.
À época, os acionistas esclareceram que a linha editorial permanecerá nas mãos dos acionistas originais, a família Ochs-Sulzberger.
4) Mercado de luxo
Slim possui cerca de 15% de participação na luxuosa loja nova iorquina Saks Fifth Avenue, além de ser dono da franquia da Saks no México.
5) Terceiro setor
A imagem do empresário bem-sucedido e bilionário no México contrasta com a pobreza em que vive o país. Assim, Slim mantém algumas ações filantrópicas.
Agência Efe
Slim recebe Prêmio Humanitário Starlite no último sábado (09/08)
Ele declarou ao jornal USA Today que educação e a criação de empregos podem combater a pobreza melhor que ações de caridade. Em 2011, Slim entrou na lista da Forbes dos maiores doadores para combater a pobreza devido ao investimento de cerca de quatro bilhões de dólares na Fundação Carlos Slim. A entidade, por sua vez, doou cerca de 100 milhões de dólares para apoiar o ex-presidente norte-americano Bill Clinton em sua campanha de combate à pobreza na América Latina.
O magnata também é um mecenas da cultura, tendo resgatado livros escritos por Cristóvão Colombo e pela rainha de Castilha, além de obras da independência e da Revolução mexicana escritas por seus protagonistas.
De acordo com o livro “Carlos Slim – Retrato Inédito”, do jornalista investigativo mexicano José Martínez Mendoza, o empresário costuma “pagar fiança para milhares de pessoas que são injustamente presas pelo simples fato de serem indígenas, pobres, não falar espanhol, não saber escrever ou roubar um alimento”.
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