O dirigente opositor Leopoldo López, preso desde 18 de fevereiro na Venezuela, mandou uma nova mensagem da prisão, na qual pede a renúncia do ministro de Interior, Miguel Rodríguez Torres, e da promotora geral do Ministério Público da Venezuela, Luisa Ortega Díaz. A mensagem foi lida, em um vídeo, por Carlos Vecchio, coordenador político do partido de López, Vontade Popular, contra quem também pesa uma ordem de captura.
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“Hoje estou falando da clandestinidade, sou outro perseguido político deste regime”, diz Vecchio no vídeo, no qual agradece líderes da coalizão opositora MUD (Mesa de Unidade Democrática), mencionando o prefeito do distrito metropolitano de Caracas, Antonio Ledezma, e a deputada María Corina Machado, sem fazer referência ao ex-candidato presidencial Henrique Capriles.
[O político opositor Carlos Vecchio, procurado pela Justiça venezuelana]
Ao lado de López, Ledezma e Machado convocaram à campanha “A saída”, na qual se propunha manifestações de rua até uma mudança de governo. Capriles, em diferentes ocasiões, se distanciou da campanha, afirmando que não acredita em atalhos. O dirigente, no entanto, apoia os protestos de rua e convocou uma manifestação para o próximo sábado.
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“Hoje ninguém pode afirmar que o que há na Venezuela é uma democracia (…) vivemos em ditadura, uma ditadura que já vinha sendo encubada há anos e que já ninguém pode deixar de ver e reconhecer”, diz a mensagem lida por Vecchio. Ex-prefeito do município de Chacao, López também pede que os venezuelanos se mantenham “firmes no protesto pacífico”. Desde o dia 12 de fevereiro, os protestos já resultaram em 18 mortes e mais de uma centena de feridos.
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O pedido da renúncia da promotora e do ministro de Interior integra uma lista com exigências feitas pelo dirigente. “Ao regime, e em particular a [Nicolás] Maduro, dizemos que, caso não tenhamos resposta oportuna a essas exigências (…) não sobrará outra opção que assumir o compromisso de permanecer nas ruas, de intensificar o protesto pacífico, mas irreverente e contundente até ver nascer a pátria que todos merecemos”, expressa.
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Entre as exigências estão a libertação de presos políticos e o regresso de “exilados”, recomposição dos poderes públicos cujos representantes estão com mandatos vencidos, como no caso dos reitores do CNE (Conselho Nacional Eleitoral). Segundo López, Díaz e Torres são responsáveis por “ação ou omissão da repressão, tortura e falecidos”.
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O dirigente opositor preso também afirmou na mensagem que “vem uma nova etapa dessa luta, isso está só começando”. Nesta segunda, Ledezma e Machado lideraram uma marcha até a OEA (Organização dos Estados Americanos) para “exigir que se discuta a situação venezuelana”. Na última semana, Maduro deu início à chamada “Conferência de Paz” para estabelecer o diálogo com diferentes setores do país. Os líderes da coalizão opositora boicotaram a iniciativa.
Chanceler
Ontem, em reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, o ministro das Relações Exteriores do país, Elías Jaua, acusou os meios de comunicação estrangeiros e do país de promoverem uma “guerra psicológica” contra o país. O objetivo seria a derrubada do governo Maduro.
“As ações de propaganda de algumas corporações de comunicação privadas tem pretendido fazer crer que há em nosso pais um caos generalizado e repressão indiscriminada e desproporcional das autoridades contra o povo”, disse Jaua. Segundo ele, esta guerra psicológica, que, a seu ver, é de natureza politico-ideológica, pretende justificar a intervenção estrangeira em assuntos interno do país e promover condenações e sanções injustas.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, solicitou, em uma entrevista com a imprensa, que as autoridades venezuelanas escutem as legítimas demandas dos que se manifestam nas ruas da Venezuela, apesar de não ter mencionado a conferência de paz convocada por Maduro.
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