Movimentos sociais brasileiros protestaram nesta sexta-feira (29/06) em Foz do Iguaçu, cidade fronteiriça com o Paraguai, contra o golpe que destituiu o presidente Fernando Lugo há uma semana. Cerca de 100 pessoas protestaram pelo respeito à democracia.
Em solidariedade às organizações paraguaias que convocaram protesto nacional nesta sexta (29/06), diversas organizações que lutam pelo direito dos trabalhadores e dos sem-terra marcharam em Foz do Iguaçu rumo a Ponte da Amizade. Os manifestantes chegaram a impedir o transito de veículos na ponte que faz fronteira entre os países.
Na quinta-feira (28/06), também houve manifestação pela democracia no Paraguai na cidade de São Paulo. O protesto, que reuniu diferentes entidades sociais e partidos políticos do Brasil, também contou com a presença de ativistas paraguaios ligados a movimentos campesinos.
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“Estamos aqui em defesa não só do povo paraguaio, mas da democracia”, disse um dos manifestantes. “Não é para defender Lugo, mas sim a vontade da maioria. O povo foi passado por cime”, afirmava outro.
Ana, militante paraguaia da Conamuri (Coordenação Nacional de Organizações de Mulheres Trabalhadoras Rurais e Indígenas), contou ao Opera Mundi que a decisão do Parlamento paraguaio não representa a classe trabalhadora e rural do país.
Evaristo, da OLT (Organização da Luta pela Terra), confirmou a percepção da ativista. “O golpe já vinha sendo construído pela elite a partir do sexto mês do governo de Lugo”, afirmou ele ao Opera Mundi.
Durante a manifestação, João Paulo do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) informou que uma comissão de movimentos sociais se reuniu nesta quarta-feira (27/06) com diplomatas e parlamentares em Brasília para discutir a posição do governo brasileiro.
“A posição do Brasil de não reconhecer o novo governo paraguaio está boa”, disse o ativista ao Opera Mundi. Ele também nos informou que nesta sexta-feira (29/06) haverá um ato em frente do Paraguai em Brasília.
Na Argentina, também houve manifestações contra o golpe que destituiu Lugo e em solidariedade aos movimentos sociais que apoiam o antigo presidente.